A audiência que ocorreu nesta quarta-feira (3) na Câmara dos Deputados esquentou. Logo no início do debate houve um bate-boca entre os parlamentares da oposição e o ministro da Economia, Paulo Guedes. O ambiente estava tenso na audiência que tratava sobre uma sabatina dos deputados para suprir as dúvidas relacionadas ao projeto de reforma da Previdência.

O embate começou quando Guedes defendeu uma transição futura para o sistema de capitalização, onde cada pessoa é responsável pela própria aposentadoria. Neste momento, alguns parlamentares falaram "e o Chile?", em referência ao sistema do país vizinho, que segue esta regra proposta pelo ministro.

De forma irritada, Guedes respondeu: “Venezuela está bem melhor”.

Após o ocorrido o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Felipe Francischini (PSL-PR), teve que interferir e pedindo respeito e que os ânimos deveriam ser acalmados.

Por volta das 12h50 os parlamentares começaram a chegar ao plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para conseguir fazer as inscrições para participarem da sabatina com o ministro sobre a reforma. A audiência começou às 14h, na Câmara dos Deputados.

Sistema condenado

O ministro afirmou na audiência que o regime atual está condenado e que a nova proposta retira privilégios, reduz as desigualdades, além de garantir a sustentabilidade fiscal.

A reforma da Previdência inclui a possibilidade de criação de um modelo de capitalização. Neste modelo o trabalhador financia a sua própria aposentadoria.

De acordo com ministro, a carga tributária no Brasil é de 34% do PIB e, segundo ele, o país não consegue dar uma aposentadoria digna. Ele afirma que quanto mais o país demora para fazer a reforma, maior será o custo para trocar para o modelo da capitalização.

Defensor da Reforma

Devido aos atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro Paulo Guedes tornou-se o articulador do Governo em defesa da reforma. Nesta semana ele esteve com parlamentares de quatro partidos (PSL, DEM, PSD e PRB).

O ministro Paulo Guedes foi convidado semana passada para participar da audiência.

Ele desistiu e foi convidado novamente nesta quarta-feira, para evitar uma convocação obrigatória do ministro.

O texto da Reforma foi enviado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de fevereiro. A votação está prevista para o dia 17 de abril.