O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi anunciado nesta segunda-feira (8) pelo presidente Jair Bolsonaro. Abraham é mais um ex-aluno de Olavo de Carvalho, o guru do Governo Bolsonaro. Ele, assim como Olavo, defende que o suposto "marxismo cultural" deve sair das universidades brasileiras.
Durante um evento organizado em dezembro do ano passado por um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Abraham defendeu o expurgo do “marxismo cultural” dentro das universidades brasileiras. Na ocasião, ele falou que era preciso ganhar da esquerda, e que, para isso, era preciso adaptar as ideias de Olavo de Carvalho, para conquistar a juventude.
Para ele, existe dentro das universidades um monopólio de esquerda.
Neste evento, Abraham aconselhou a plateia que estava presente no local que xingasse os comunistas. “Se um comunista chega com papo nhoim nhoim, xinga”, exclamou. “Neste tipo de diálogo, não dá para ter premissas racionais”, completou.
Ministério da Educação com novo chefe
Abraham Weintraub vai ocupar o cargo no lugar de Ricardo Vélez Rodríguez, que foi exonerado por Bolsonaro. Através das redes sociais, o presidente anunciou o nome do novo ministro da Educação, o atual secretário executivo da Casa Civil.
Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub é formado em economia e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Nos bastidores do governo, o nome de Weintraub não estava na lista dos mais cotados para assumir a pasta do MEC.
Contudo, o novo ministro também tem aprovação de Olavo de Carvalho. Ideologicamente afinado com as ideias do escritor, Abraham já elogiou Olavo em outras oportunidades e declarou que as ideias defendidas pelo escritor eram uma estratégia para combater a esquerda.
Saída anunciada
Logo após as eleições, Bolsonaro começou a montar o time que iria compor o seu governo. Ricardo Vélez foi anunciando em 22 de novembro. A definição do seu nome foi uma das últimas nomeações de Bolsonaro.
Olavo de Carvalho indicou o colombiano. Vélez era um nome desconhecido, mas que ganhou notoriedade ao assumir o comando do MEC.
O professor de filosofia atuou por 30 anos na Universidade Federal de Juiz de Fora.
A saída de Ricardo Vélez já era esperada por conta da crise gerada dentro do Ministério. As divergências entre militares e os seguidores de Olavo de Carvalho conturbaram o trabalho de Vélez.
Durante os três meses de trabalho ocorreram diversos outros problemas, como a definição do programa de livros, a implementação da Base Nacional Comum Curricular e os problemas para renovação do Fies (Financiamento Estudantil).
Em fevereiro, o ministro gerou polêmica ao enviar para escolas uma carta em que pedia para que os estudantes fossem filmados enquanto cantava o Hino Nacional, no documento também continha o slogan de campanha de Jair Bolsonaro.
Várias demissões ocorreram neste período em seu gabinete, a troca de cargos, e exonerações não pararam, ao todo houve a mudança de 20 cargos.
Após a troca do comando do MEC, Bolsonaro agradeceu pelo período em que Vélez esteve à frente do ministério. “Aproveito para agradecer ao professor Vélez pelos serviços prestados”, manifestou no twitter.