Em entrevista ao portal UOL, a deputada federal Janaina Paschoal (PSL-SP) falou, entre outras coisas, sobre sua decepção com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Ela se diz chocada com a decisão de Bolsonaro de indicar o próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador nos Estados Unidos.

A parlamentar ainda afirmou que existe uma ala bolsonarista que está um tanto cega para o que está acontecendo.

Janaína também comentou na entrevista sobre a decisão de Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender processos com dados compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sem autorização judicial.

Erros de Bolsonaro, segundo a deputada

Na opinião de Janaina, Jair Bolsonaro comete muitos erros no tom e nas redes sociais.

A deputada de 45 anos foi a mais votada da história do Brasil. Ela afirma ter plena consciência de que seus eleitores também votaram em Bolsonaro. Porém, ela afirma que falta para Bolsonaro ouvir algumas verdades. Ela afirmou que faria isso, ela mesma, se tivesse intimidade para isso.

A deputada é casada, mãe de dois meninos, e se recusa a falar sobre sua vida pessoal, alegando ser por uma questão de segurança.

Perguntada se poderíamos chegar a um meio-termo em que nem a direita e nem a esquerda fosse totalmente boa ou ruim, ela afirma nunca ter visto o PSL como salvador da pátria, mas ela culpa o PT por toda a "desgraceira" que o país está passando, e foi além ao dizer que o partido dos trabalhadores tinha um plano do mal para a América Latina.

Sobre a avaliação de Janaina Paschoal a respeito do Governo Bolsonaro até o momento, ela diz gostar da linha do presidente. E ela voltou a afirmar que o problema seria o tom usado por Bolsonaro, pois, ele perde a paciência e exagera no linguajar, o que deixa até mesmo as pessoas que concordam com ele chocadas. Janaína disse que já teve a oportunidade de dizer isto para ele.

A parlamentar classificou como mau exemplo a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada nos EUA, algo muito grave, que não poderia ter sido feito de jeito nenhum.

Ela ressaltou que não se trata de desmerecer Eduardo Bolsonaro, mas afirmou que o presidente da República não pode indicar o filho para ser embaixador. Ela questionou se não havia nenhum diplomata que prestasse no país, e refletiu como esta situação está sendo recebida fora do país.

Em sua opinião, este fato fere a lei de improbidade administrativa e é ilegal, porém, outros advogados afirmam que não. Ela afirmou ainda que a indicação de alguém deve considerar o perfil, as ideias, mas o fator pessoal não pode ser o determinante. Quando Jair Bolsonaro afirma que vai indicar o filho Eduardo para essa embaixada, ele prioriza o fato de Eduardo ser seu filho, afirmou a deputada.