De acordo com palavras do próprio presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), neste sábado (24), não existe nenhum problema entre ele e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Bolsonaro durante a última semana, tem desautorizado publicamente o ex-juiz da Operação Lava-Jato.
Apesar disso, o líder do Executivo afirmou que estas acusações de que ele estaria desprestigiando o ministro de seu Governo, não passa de mais uma tentativa de criar atrito com um de seus ministros, como ocorreu com Marcelo Álvaro Antônio (ministro do Turismo) e Onyx Lorenzoni (ministro da Casa Civil), afirmou Bolsonaro: "Não tenho problema nenhum com o Moro".
"Carta branca"
Segundo o jornal "O Globo", perguntado se Sergio Moro teria "carta branca", ou seja, total autonomia no comando do ministério da Justiça e Segurança Pública, o presidente destacou que possui ingerência em todos os ministérios. "— Olha, carta branca...Eu tenho poder de veto. Se não, não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar, ponto final", disse Bolsonaro.
Sergio Moro quando foi convidado para integrar o governo do, então, presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebeu a promessa de que teria "liberdade total".
Como foi mostrado na reportagem do jornal "O Globo", as desavenças entre Bolsonaro e Moro começaram a crescer há quase um mês, a data exata para o aumento da crise entre o presidente da República e o ministro da Justiça e Segurança Pública é o dia 28 de julho.
Nesta data, Moro encontrou-se com o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir que Toffoli revisasse sua decisão de restringir o compartilhamento de relatórios do órgão, outrora conhecido como Coaf, que hoje tem o nome de Unidade de Inteligência Financeira (UIF), com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP).
Depois de tomar conhecimento do pedido do ex-juiz, o atual morador do Palácio da Alvorada, tomou a decisão de tornar inviável a presença de Sergio Moro em seu governo.
Ainda segundo o "O Globo", Bolsonaro e Moro já vinham se desentendendo desde o início deste ano, ao que tudo indica, o pedido de Sergio Moro a Dias Toffoli foi a gota que transbordou o copo d'água na relação entre o "mito" e o "herói".
A petição que pedia a suspensão das investigações iniciadas com base nos relatórios do, então, Coaf, atual UIF, foi feita pelo advogado Frederick Wassef, que estava representando o senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente da República.