O presidente da República, Jair Bolsonaro, discursou na 74ª Assembleia das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta última terça-feira (24). O discurso feito por Bolsonaro repercutiu no Brasil e no restante do mundo. O presidente escolheu vários alvos para disparar suas críticas.
Em seu discurso, Bolsonaro criticou governos de outros países, a demarcação de terras indígenas e também defendeu a sua ideia de soberania nacional.
O discurso de Bolsonaro abre com a ideia de que, segundo ele, o Brasil teria ressurgido após ter estado à beira do socialismo.
A seguir, foram alvos da metralhadora verbal de Bolsonaro os governos venezuelano e cubano. Para o líder do Executivo brasileiro, o programa Mais Médicos, que levava médicos cubanos para o Brasil, não passava de trabalho escravo com respaldo das entidades brasileiras de direitos humanos.
No fim de 2018, o acordo foi rompido por causa das críticas do então recém-eleito presidente Bolsonaro.
Depois do discurso, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, criticou a fala de Bolsonaro. Rodríguez fez duras críticas ao presidente do Brasil, dizendo, entre outras coisas, que Bolsonaro delira e deseja a volta da ditadura militar.
Mais do mesmo
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), como é costume do clã Bolsonaro, usou o Twitter para rebater as críticas do chanceler cubano.
Para isso, Eduardo Bolsonaro, que estava com o pai no evento, usou a argumentação típica dos Bolsonaros, que diz que quando todos estão contra algum ato do líder do clã, é porque Jair Bolsonaro está no caminho certo.
Se o chanceler cubano está reclamando é porque foi bom. É o nosso comunistômetro.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) 24 de setembro de 2019
Cuba é a maior escravidão do mundo,seu povo vive de forma miserável,pouquíssimos conseguem denunciar isso ao mundo e ninguém pode sair da ilha sem autorização do gov.
Venezuela vai p mesmo caminho. https://t.co/eQ4b1DSZeu
Como já era esperado por muitos, o presidente da França, Emmanuel Macron, que nos últimos meses tem se colocado claramente contra a política ambiental do Governo Bolsonaro, foi criticado (de forma indireta) no discurso do presidente do Brasil.
Sanções econômicas
Para o diretor do Brazil Institute da Universidade King's College London, Anthony Pereira, o Brasil pode ser alvo de sanções econômicas por parte de outros países, pois, para Pereira, o país abandonou compromissos firmados para a proteção do meio ambiente.
O Brasil já teve suspenso o repasse de R$ 130 milhões que vinham da Noruega, que era cedido ao Fundo Amazônia, assim como a Alemanha cortou o repasse de R$ 155 milhões para esse mesmo fundo.
Repercussão na mídia internacional
O discurso de Bolsonaro não foi bem recebido por diversos meios de comunicação internacionais, como o jornal francês Le Monde, o norte-americano The Washington Post e também o argentino Clarín, entre outros meios de comunicação.
O discurso de Bolsonaro também não foi visto com bons olhos por um grupo de congressistas em Washington que apresentou resolução na Câmara dos Representantes que tem potencial para dificultar as relações entre o presidente brasileiro e o presidente norte-americano.