A Polícia Civil de São Paulo está investigando um suposto crime de tortura contra um jovem de 17 anos. Em um vídeo que circula na internet, o jovem aparece recebendo chicotadas de dois seguranças. De acordo com o portal G1, o adolescente afirmou que as agressões teriam ocorrido há pelo menos um mês, no mercado da rede Ricoy, na zona sul de São Paulo. Nas imagens de vídeo, o jovem aparece amordaçado e sem roupas. Segundo informações preliminares, o vídeo teria sido registrado pelos próprios agressores. O gerente do supermercado afirmou que os dois seguranças foram afastados de suas atividades.

O estabelecimento também se pronunciou através de nota publicada por sua assessoria, que afirmou repudiar as atitudes praticadas por seus funcionários. A empresa garantiu, ainda, que só havia tomado conhecimento dos fatos após assistir a reportagem.

Inquérito instaurado

Segundo o G1, o delegado Pedro Luiz de Sousa abriu um inquérito sobre o caso no 80º Distrito Policial. As informações são da Secretaria da Segurança Pública. O conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), Ariel de Castro Alves, afirmou que dará toda atenção às investigações e cuidará para que os responsáveis paguem pelos atos definidos por ele como "bárbaros e cruéis". De acordo com Alves, os vídeos demonstram provas suficientes de que o crime de tortura foi praticado pelos seguranças.

De acordo com o jornal O Dia, a vítima contou à polícia que as agressões teriam durado pouco menos de uma hora, e que além das agressões também teria sido ameaçado de morte. O adolescente também afirmou que apenas teria pegado o chocolate, quando os seguranças o levaram para um quarto para chicoteá-lo. Esta não seria a primeira vez que o menor foi agredido pelos seguranças.

Segundo ele, o fato teria ocorrido por outras duas vezes. O adolescente revelou que não teria prestado queixa por não saber se alguém teria testemunhado as agressões. O vídeo foi amplamente divulgado nas redes sociais e dividiu opiniões.

Nota do supermercado

Ainda segundo informações do jornal O Dia, os seguranças foram identificados como Neto e Santos, e de acordo com o gerente do supermercado, já se encontram afastados.

Através de nota emitida pela assessoria de imprensa, a empresa afirmou ter tomado conhecimento do fato com indignação, pois não compactuaria com qualquer tipo de ilegalidade. O supermercado ainda garantiu que colaboraria com as autoridades competentes envolvidas para que o caso fosse apurado, e desta forma, ter as medidas cabíveis instauradas. Na última segunda-feira (2), o caso foi registrado no 80º Distrito Policial como tortura, previsto na Lei 9.455 de 1997.