Familiares, amigos e fãs cantaram trechos de músicas do cantor português Roberto Leal durante o enterro do seu corpo, nesta segunda-feira (16), no Cemitério Congonhas, na zona sul da capital paulista.
O cantor, que morreu no último domingo (15), aos 67 anos, estava há dois anos se tratando de um câncer de pele. A doença caminhou progressivamente, atingindo o fígado de Roberto Leal, causando síndrome de insuficiência hepato-renal.
Este poeta lusitano ficou conhecido no Brasil por canções como "Arrebita" e "Bate o Pé", que com seus ritmos alegres e saltitantes levavam os fãs a dançarem. Sua projeção em nível nacional, ocorreu em 1972, ao se apresentar no programa do Chacrinha.
Pai de Manuel, Victor e Rodrigo, Roberto Leal era casado com Márcia Fernandes. Ao portal G1, Rodrigo destacou: "hoje, a gente não pode ser egoísta porque ele tem duas famílias: a nossa dentro de casa e essas pessoas que sempre estiveram perto do Roberto Leal".
O cantor, nascido em Macedo Cavaleiros, norte de Portugal, tinha 45 anos de carreira artística, cerca de 17 milhões de discos vendidos e 400 músicas gravadas.
Cantor tinha planos
Mesmo doente, Roberto Leal ainda traçava cronograma de atividades, como a gravação de novas canções e um concerto com o maestro João Carlos Martins ainda este ano. Porém, dificuldades da agenda transferiram o show para 2020. O maestro explicou ao portal G1 que seria no norte de Portugal, onde ele deveria reger obras de compositores portugueses do século 18, e Leal cantaria fados do século 20.
"A gente combinou para 2019. Não foi possível, ficou para 2020 um concerto no norte de Portugal, onde eu regeria obras de compositores clássicos portugueses do século 18 e ele cantaria fados do século 20”, disse Martins.
Com apenas 11 anos de idade, Roberto Leal chegou ao Brasil, acompanhado dos pais e nove irmãos.
Na capital paulista, trabalhou como feirante e sapateiro.
Segundo informações do portal R7, foi o assessor de Roberto Leal, José de Sá, quem informou à imprensa sobre a morte do cantor, cujo nome de registro é António Joaquim Fernandes.
Ao portal UOL, José de Sá ressaltou o talento de Roberto Leal. "Ele foi, até hoje, o maior divulgador da música portuguesa no mundo. Trinta milhões, nunca nenhum artista [português] alcançou essa vendagem no mundo, esse legado é importante. É um público diferenciado: é carinho, família, amor. É isso que ele sempre procurou semear", afirmou o empresário.