O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, defendeu a reabertura do caso do atentado sofrido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), quando estava em campanha eleitoral em setembro de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Aras acredita que Adélio Bispo de Oliveira, não agiu sozinho. O novo PGR toma posse nesta quarta-feira (2) e terá dois anos de mandato.

Aras disse, em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, que as características mostradas no ataque podem apontar que essa ação não foi um "mero surto". O PGR defende que o caso deve ser reaberto.

A

ras disse que o uso de uma arma branca, tendo a suspeita de ter um outro participante, uma tentativa de fazer uma confusão nas apurações entrando com o mesmo nome na Câmara de Deputados, o aparecimento de alguns advogados que não foram contratados por ninguém conhecido, são elementos que precisam ser melhores avaliados.

Aras afirmou, que a Polícia Federal tem tempo, junto com o Ministério Publico Federal, para buscar as verdadeiras causas desse atentado.

Aras disse ainda, na entrevista ao jornal o Estado de S. Paulo, que tem um encontro que já está marcado com o STF (Supremo Tribunal Federal) para conversar a participação da PGR na questão da fake news.

Advogado de Bolsonaro acredita que Adélio não agiu só

Na última terça-feira (1°), o advogado do presidente Bolsonaro, Frederick Wassef, concordou com Aras.

Wassef disse que foi um erro a defesa de Bolsonaro na época não ter recorrido do arquivamento do caso. Segundo ele, era apenas provar que Adélio não era "louco" e era um assassino profissional e recebeu para isso. "Era necessário provar que Adélio não é louco. É um assassino profissional e foi pago para isso", disse. O advogado do presidente avalia, que há uma organização do crime que está por trás da tentativa de assassinato do presidente.

Wassef tem uma procuração em mãos para a defesa de Bolsonaro e também representa o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no caso das movimentações financeiras. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o advogado irá até Juiz de Fora (MG) para avaliar melhor os altos da investigação.

Adélio Bispo está preso na Penitenciaria Federal de Segurança Máxima, que fica em Campo Grande (MS).

Foi considerado não imputável pela Justiça, em julho desse ano (2019), porque foi considerado com distúrbios mentais. Em um primeiro inquérito aberto, a Polícia Federal que investigou o caso, não encontrou nenhuma evidência que Adélio Bispo tenha feito o crime com outras pessoas.