De acordo com informações publicadas pelo G1 nesta segunda-feira (6), um total de 248 famílias que residem no Distrito Federal foram beneficiadas pelo Bolsa Família, mesmo com renda per capita acima do máximo estabelecido pelo programa. As informações citadas foram obtidas por meio de uma auditoria, realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), e se referem ao ano de 2019.

Entre os casos citados, um acabou chamando a atenção em decorrência da renda total da família: R$ 27,1 mil por pessoa. É possível afirmar que a quantia citada representa 54 vezes o valor máximo estabelecido pelo Bolsa Família, que é de R$ 499 por membro da família.

Esse valor é válido para todos os programas sociais.

Segundo informações do estudo da Controladoria-Geral da União, essas situações são capazes de demonstrar a necessidade de a oportunidade para que melhorias sejam feitas na gestão do GDF, descrita pelo órgão como descentralizada, quando se fala a respeito de cadastrar, identificar, atualizar e revisar os dados ligados ao Bolsa Família.

O G1 ainda destacou que chegou a procurar pelo GDF para o esclarecimento das informações citadas. Entretanto, até o momento em que a reportagem passou pela sua última atualização, não foi obtida uma resposta.

O Ministério da Cidadania, por sua vez, destacou que está trabalhando conjuntamente com a CGU para conseguir gerenciar de maneira mais eficiente os programas sociais do Governo Federal, e destacou o Bolsa Família como um desses programas.

De acordo com o ministério, os 248 casos serão verificados e, caso o recebimento do benefício seja considerado indevido, as medidas cabíveis serão tomadas para que ocorra o ressarcimento dos recursos.

Rendas superiores

É possível destacar que os dados da auditoria realizada pela Controladoria-Geral da União se referem aos meses de fevereiro e março do ano de 2019.

Por meio dessa ação, foram listadas as cinco famílias com as rendas per capita mais elevadas. Além da família citada anteriormente, uma tabela publicada pelo CGU mostra um servidor público em segundo lugar na lista, cujo salário é de R$ 8.314.

Ainda é possível pontuar, de acordo com as informações do G1, que entre as 248 famílias nessa mesma situação de ganhos incompatíveis, 63 possuíam rendas entre R$ 2 mil e R$ 4,6 mil, além de ser possível encontrar também beneficiários cujas rendas estão entre R$ 5 mil e R$ 8,5 mil.

Para totalizar os 248, é possível afirmar que as outras 165 famílias em situação de irregularidade possuem renda média entre R$ 506 e R$ 1,9 mil per capita.

A análise realizada pela Controladoria-Geral da União foi feita com base no cruzamento das folhas de pagamento do programa, o INSS, o Caged e a Rais.