Neste último sábado (18), policiais militares do Batalhão de Polícia Ambiental Força-Verde (BPAmb-FV) fizeram um trabalho de vistoria na região Centro-Sul do estado do Paraná e encontraram uma área de 57 hectares de desmatamento de vegetação nativa.
A região de Guarapuava já vinha sendo alvo de devastação desde 2017 por indivíduos interessados na extração da madeira nativa. A ação dos suspeitos atingiu espécies em extinção como o xaxim e a araucária. Os responsáveis foram multados e o valor foi de R$ 617 mil.
De acordo com dados da polícia foram desmatados um total de 57 hectares de vegetação nativa de preservação permanente e 0,75 hectares de nascentes e córregos que faziam parte da região de Guarapuava.
Após a situação ter sido embargada o caso passou a ser da polícia civil que deverá instaurar um Inquérito policial para apurar e punir os responsáveis. Conforme informações do setor de Relações Públicas da unidade foram lavrados nos Autos de Infração Ambiental um montante no valor de mais R$ 600 mil.
Terceiro colocado no índice de desmatamento
O estado do Paraná está pelo terceiro ano consecutivo classificado como o estado que mais tem registrado índices de desmatamento considerados alarmantes. Em maio, de 2019, o Paraná foi colocado em terceiro lugar como o estado que mais tem desmatado a Mata Atlântica em todo o Brasil.
Entre os anos de 2017 e 2018 foram detectados cerca de 2.049 hectares segundo a Fundação SOS Mata Atlântica que faz o monitoramento da área via satélite, nas imagens há inúmeros focos de desmatamento que são considerados inaceitáveis pela organização.
Um hectare representa cerca de 10 mil metros quadrados o que significa que uma extensa área sofreu com a derrubada de árvores nativas, bem como na contribuição para que espécie de Animais em extinção sofressem ainda mais na região.
Para Marcia Hirota, diretora executiva da SOS Mata Atlântica a área central-sul do estado é a principal afetada pela ação do desmatamento devido ao constante interesse na exploração da madeira.
Contudo, regiões como a Serra do Mar e o Parque Nacional do Iguaçu ainda estão sendo bastante preservada, através da constante vigilância, afirmou a diretora.
Em 2018, o Paraná esteve na terceira colocação, em 2019 essa posição se repetiu com um aumento de 25%, esses dados mostraram que há um maior interesse na mata nativa da região.
Segundo Aristides Ataíde, diretor de gestão do patrimônio do Instituto de Água e Terra do Paraná, os órgãos de fiscalização ambiental foram sucateados por governos anteriores. Para o diretor o Paraná não poderia estar nessa posição já que o estado tende a buscar melhor relacionamento com a Natureza, através da conservação ambiental.