Nesta quarta-feira (15), o porta-voz do Ministério da Saúde, Roberto Said, afirmou que todos os estados do Nordeste, bem como o Espírito Santo e Rio de Janeiro, poderão sofrer de surto de dengue a partir do próximo mês de março.

No ano passado foram registrados 1.544.987 casos da doença em todo o Brasil, com 782 mortes. O índice representa um aumento de 488% na comparação com o ano de 2018, o que foi considerado atípico pelo ministério.

Os sorotipos da dengue

A transmissão da dengue ocorre através de quatro sorotipos do vírus (1, 2, 3 e 4) que circulam pelo país.

De acordo com o representante do Ministério da Saúde, os anos de 2017 e 2018 tiveram poucos surtos de dengue em relação a 2015 e 2016. Isso porque nesses anos circulou o mesmo sorotipo e quando uma pessoa é afetada, logo fica imune para sempre desse sorotipo, mas não dos outros.

Assim, a intensidade da circulação dos sorotipos são alteradas de tempos em tempos quando há mudança na circulação do tipo de vírus. Quando analisado o sorotipo que circulou em 2018, detectou-se um tipo 2, e as pessoas não estavam com a imunidade preparada para recebê-lo, o que acabou causando um forte surto de dengue que levou dezenas a morte. Essa informação ajudou o Ministério da Saúde a entender o porquê dos 67% de óbitos ocorridos em algumas regiões de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, na época.

Contribuição do clima

Roberto Said alerta que o clima ajuda na dinâmica de circulação dos sorotipos do vírus e informa que as altas temperaturas e as chuva intensas são ambientes propícios que ajudam na proliferação do mosquito da dengue. Neste ano de 2020 com o clima instável as regiões já citadas acima, tendem a sofrer o surto da dengue e precisam estar em estado de alerta.

Sendo necessárias medidas preventivas para minimizar as possíveis infecções.

Segundo os registros, o foco de Zica estão baixos, mas há confirmação de que o vírus está em circulação em todo o país o que deve servir de alerta para as gestantes. A transmissão é feita pelo mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue), que pode causar microcefalia nos bebês.

Em relação a Chikungunya, que também é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, Roberto Said afirmou que não há previsão de surto para este ano de 2020, apesar do seu aumento em 2019.

Alerta para Londrina

O município de Londrina iniciou 2020 com 533 casos de suspeitas de dengue, sendo seis casos confirmados e duas suspeitas de mortes (uma mulher de 29 anos e outra de 60 anos).

Segundo Sônia Fernandes, diretora de Vigilância e Saúde de Londrina, essa é a pior crise que já foi registrada na história do município.