Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, a famosa atriz Regina Duarte foi convidada pelo governo Bolsonaro para assumir a Secretaria Nacional de Cultura. A atriz prometeu responder até no máximo sábado (18). Anteriormente Regina já havia sido convidada para participar do governo, porém o assédio em torno de seu nome aumentou.
Regina Duarte é notória por seu posicionamento político alinhado à direita, seu nome vem sendo cogitado por integrantes do atual governo desde que foi anunciada a saída de Roberto Alvim.
Ela declarou a interlocutores que apesar de ter ficado animada com o convite, ainda tem dúvidas em aceitar o cargo. Seu nome também havia sido sugerido por um parlamentar próximo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e também do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O presidente convidou a atriz na tarde desta sexta-feira (17). O convite foi realizado por telefone, em uma ligação do próprio Jair Bolsonaro. O nome de Regina foi cogitado após o ex-titular da pasta, Roberto Alvim, ter feito um pronunciamento oficial em que copiou frases de um discurso nazista. A pasta está sendo comandada de forma interina por José Paulo Soares Martins.
Discurso polêmico
O motivo da exoneração de Roberto Alvim foi o seu discurso que citou trechos da fala do ministro da Propaganda do governo Adolf Hitler, Joseph Goebbels. A motivação do discurso foi o anúncio do Prêmio Nacional das Artes. Jair Bolsonaro anunciou o desligamento de Alvim pelo Twitter.
Bolsonarista
A atriz é uma defensora do governo Bolsonaro, e a decisão tomada pelo líder do poder Executivo em novembro de transferir a Secretaria da Cultura do ministério da Cidadania para o ministério do Turismo recebeu a aprovação de Regina Duarte. Na época ela afirmou que não fazia ideia do que teria levado o presidente a tomar a esta decisão, mas com certeza a medida tinha a intenção de atuar pelo bem do país, da cultura brasileira e da classe artística, acreditou a atriz.
Reações ao discurso
Durante toda a sexta-feira, o que mais se viu foram as reações ao discurso de Roberto Alvim. Na manhã de sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro ligou para ele e após ouvir as declarações do comandante, aceitou suas explicações. Mas as críticas logo vieram, ainda pela manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pediu a saída de Alvim.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre seguiu na mesma direção, também houve manifestação de Dias Toffoli, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), outro membro do STF, o ministro Gilmar Mendes, também demonstrou seu repúdio à citação do nazismo contida no discurso de Roberto Alvim.
O procurador geral da República, Augusto Aras afirmou que a única ideologia política admissível no Brasil é a democracia participativa.
Uma das manifestações internacionais mais contundentes de repúdio do discurso do ex-secretário de Cultura veio da Alemanha, que por meio de sua embaixada no Brasil afirmou: “O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã”.