Depois de uma quinta-feira (23) tensa em que circularam pela imprensa rumores sobre a permanência ou não de Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, caso Maurício Valeixo, o diretor-geral da PF fosse exonerado, finalmente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exonerou Valeixo nesta sexta-feira (24).
Entenda o caso
Em plena crise da pandemia do novo coronavírus, a população foi apanhada de surpresa com mais uma crise provocada pelo presidente da República.
Segundo informações divulgadas na quinta-feira pelas jornalistas da GloboNews e colunistas do site G1, Andréia Sadi e Cristiana Lôbo, Sergio Moro teria dito que pediria demissão caso Bolsonaro exonerasse Valeixo.
As informações garantem que Moro declarou sua intenção de deixar a pasta caso Bolsonaro seguisse adiante com sua intenção.
O ministério da Justiça e Segurança Pública negou de forma oficial que Moro chegou a afirmar que pediria para sair.
No final da tarde da atribulada quinta-feira, Jair Bolsonaro, ao chegar à residência oficial do Palácio da Alvorada, foi perguntado por apoiadores sobre a situação, porém, preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
Substituto
Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), é um dos cotados para assumir o cargo de diretor-geral da PF.
Ramagem coordenou a campanha presidencial de Jair Bolsonaro em 2018, desde então ele se tornou próximo dos filhos de Bolsonaro, mas não conta com a simpatia de Moro.
Fábio Bordignon, o diretor-geral do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), tem a aprovação e confiança de Sergio Moro.
Outro nome que surge como candidato ao cargo é o de Anderson Gustavo Torres, secretário de segurança pública do DF.
Cronologia dos fatos
Em reunião ocorrida às 9h na quinta-feira (23) com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro comunicou a Moro que iria substituir o diretor-geral da PF.
Moro resistiu à ideia do líder do Executivo, segundo informações da jornalista Andréia Sadi para o site G1, Bolsonaro não apresentou uma justificativa clara para a demissão de Valeixo.
Na verdade, esta demissão não teria nada a ver com Maurício Valeixo, seria mais uma forma de Bolsonaro mostrar sua insatisfação com o ex-juiz da Lava-Jato, de acordo com a jornalista.
De acordo com interlocutores, a intenção é colocar alguém que seja próximo do presidente, Valeixo é visto como o braço direito de Sergio Moro.
Maurício Valeixo ocupava o cargo de superintendente da PF no Paraná quando Moro ainda era o juiz da Lava-Jato.
Quando se tornou ministro do Governo Bolsonaro, Moro convidou Valeixo para o cargo em novembro de 2018, antes mesmo da posse de Jair Bolsonaro.