Manifestações espalhadas pelo Brasil pedem o fim do isolamento social, principal recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para controlar o espalhamento do novo coronavírus. As manifestações aconteceram no sábado (18) e ocorrem também neste domingo (19).

Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo são algumas das capitais que registram movimentos de trabalhadores. Cidades do interior do Brasil também aderiram às carreatas.

As manifestações ocorrem na semana que sucede à demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. Ele defendia o isolamento social como forma de deter a covid-19.

Em muitas ocasiões, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) entrou em rota de colisão com o agora ex-ministro por temer impactos econômicos sem precedentes na história do Brasil.

Contexto

Os manifestantes que participam das carreatas defendem a reabertura do comércio e a volta ao trabalho. Eles sugerem o isolamento vertical, aquele em que os grupos de risco, em especial os idosos, fiquem em casa, e os demais retornem ao trabalho. Em algumas das manifestações, há o pedido de fechamento do Congresso (Câmara e Senado) e do Supremo Tribunal Federal. Um dos alvos dos manifestantes é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que na última semana trocou farpas com o presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro acusou pressão da Câmara na aprovação de medidas em socorro a estados e municípios, que pode comprometer os cofres da União. Por sua vez, Rodrigo Maia disse que não responderia às críticas “com pedras”, mas que o Legislativo estava disposto a ajudar o país a sair da crise.

Manifestação

Adesivos defendendo o “isolamento vertical”, “Globo lixo”, “Fora, Maia” e até a defesa do Ato Institucional número 5, o “AI 5”, estampavam veículos no Distrito Federal.

A polícia brasiliense impediu a carreata de chegar ao Palácio do Planalto. Cartazes pedindo intervenção militar eram possíveis de se verificar na manifestação.

O número de mortes em função da covid-19 chegou a 2.347, segundo o balanço divulgado no sábado (18) pelo Ministério da Saúde. Os casos confirmados passam de 36,5 mil.

O percentual de letalidade chega a 6,4%, ainda de acordo com as informações do governo federal. Na sexta-feira (17), as mortes chegaram a 2.141 e o número de casos confirmados foi de 33.682. São Paulo lidera a estatística de mortes com 991. São 13.894 casos confirmados, de acordo com o balanço da secretaria de Saúde do Estado.

O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar no número de mortes, com 387. São 4.583 casos confirmados. Pernambuco surge em seguida com 205 óbitos. Ceará e Amazonas surgem, respectivamente, com 176 e 161.