O cidadão paulistano que guardava esperanças no relaxamento da quarentena terá de exercitar um pouco mais a paciência. O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, disse ao portal G1 que o período de isolamento social deve ser estendido. Em princípio, as medidas restritivas seguiriam até o dia 10 de maio, mas o número de mortes, até a quarta-feira (29), era de 1.456 pessoas.

O secretário de Saúde confirmou que a decisão está tomada, mas não revelou até quando vai a quarentena. Para Edson Aparecido, não há como relaxar as medidas na capital.

Ele disse que a prefeitura precisa ampliar os esforços para aumentar os índices de isolamento social, que hoje estão em 48%.

O governo estadual, entretanto, estuda a flexibilização do funcionamento de alguns serviços a partir de 11 de maio.

As medidas restritivas na cidade de São Paulo

Ao portal G1, Edson Aparecido elencou algumas medidas a serem adotadas em breve. Uma delas refere-se ao bloqueio de vias com o objetivo de desestimularem as pessoas à circulação pela cidade. O bloqueio deve ocorrer nas regiões em que o fluxo de pacientes aumentou nas unidades de saúde, como, por exemplo, o extremo norte da capital. De acordo com a reportagem, a Brasilândia registrou 81 mortes até o dia 24 de abril.

Edson Aparecido traça um paralelo entre isolamento social e o aumento de casos da doença. Com o isolamento na casa de 48%, o número de notificações diárias passou de 812 para 3,4 mil.

O secretário divulgou estatísticas que chamam a atenção de autoridades de saúde e sanitárias. Edson Aparecido disse que de 26 de fevereiro a 23 de abril, São Paulo contabilizou 45.518 notificações.

Já nos dias 24, 25 e 26 de abril, as notificações atingiram as 56 mil.

A preocupação da Prefeitura de São Paulo é com o colapso no atendimento de saúde. A administração da capital prospecta para o mês de maio o pico da doença. Diante dos números expostos na reportagem, Edson Aparecido acredita que a cidade está atingindo a curva de evolução da doença sobe de modo preocupante.

Na opinião do secretário de Saúde, o isolamento social do começo abortou a subida repentina no número de casos, o que não acontece neste momento.

Números de mortes na capital paulista

A reportagem cita as estatísticas de mortes por bairros até o dia 24 de abril. A Zona Norte, com o bairro Brasilândia, chegou a 81 morte. Já o bairro Sapopemba, que fica na Zona Leste, é o segundo colocado na estatística de mortes, com 77 ocorrências. São Mateus, também na Zona Leste, chegou a 58 mortes e Cidade Tiradentes, na mesma região, 51.

Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte, tem 50 óbitos. O mesmo número é registrado no Sacomã, na Zona Sul. A Freguesia do Ó (Zona Norte) anotou 47 mortes e o Capão Redondo, na Zona Sul, 46.