A Polícia prendeu na última sexta-feira (17), um empresário de 72 anos suspeito de ter matado a tiros a própria filha, em Aparecida de Goiânia, interior de Goiás. O crime, de acordo com as autoridades, teria sido cometido em razão do suspeito, José Maria Alves de Faria, ter descoberto um suposto desvio no valor de 2 milhões de reais feito pela vítima, Yara Maeve Teixeira de Faria, de 45 anos, que administrava uma empresa a qual os dois mantinham juntos.

Em depoimento dado na polícia, o suspeito disse que não se lembrava de nada.

Testemunhas relataram que Faria havia chegado na outra empresa que a filha possuía, no bairro Jardim Ipanema, e houve uma discussão. Uma funcionária, ao ver o homem sacando uma arma de fogo correu para chamar a polícia, mas não houve tempo para pedir ajuda, uma vez que logo em seguida foi ouvido o barulho de um disparo e o suspeito foi visto fugindo. Yara morreu no local. Ela teria sido alvejada por pelo menos quatro tiros.

De acordo com o delegado Álvaro Melo, responsável pelas investigações, pai e filha mantinham uma empresa em sociedade e a mulher, com a ajuda de uma funcionária, há mais de um ano vinha fazendo desvios, que teria chegado aos 2 milhões de reais.

Os dois então teriam desfeito a sociedade e o por conta disso o homem teria começado a enfrentar dificuldades financeiras. Já a filha, que abriu uma empresa do mesmo segmento, teria levado todos os clientes para a nova empresa que ela havia aberto.

Suspeito queria matar funcionária e se matar

O delegado disse ainda que o suspeito foi localizado dirigindo seu próprio carro sem direção pela GO-060. A suspeita é que ele iria para a cidade de Trindade. Ao ser abordado, ele falou que havia matado a filha e que também mataria a funcionária que, segundo o suspeito, a teria ajudado a desviar o dinheiro e que depois tiraria a própria vida.

Já na delegacia, ele falou que toma remédios controlados e que ele havia discutido com a vítima na empresa, mas não se lembra de ter cometido o crime.

Filha implorou para não morrer

Bueno disse também que a filha do suspeito teria implorado para não ser morta pelo pai e disse que o amava. De acordo com uma funcionária da empresa, após Yara dizer que amava o pai ouviu-se o barulho do tiro.

O delegado Melo disse ainda que Faria já vinha tendo desentendimentos com a vítima, que até chegou a registrar ocorrência alegando que o suspeito tinha lhe ameaçado de morte.

Mesmo dizendo não se lembrar do crime, ele foi preso em flagrante por homicídio qualificado e levado para o presídio de Aparecida de Goiânia, onde está à disposição da Justiça. A reportagem do portal G1 não conseguiu localizar os advogados de defesa do suspeito.