As redes sociais popularizaram e potencializaram políticos e figuras públicas. Informações da consultoria Bites, que faz análises do comportamento de usuários, mostram que a polêmica saída do ministro da Justiça, Sergio Moro, trouxe um abalo forte de opiniões na internet.

Manoel Fernandes, diretor da Bites, divulgou, no portal Poder 360, que desde 2017 acompanha Jair Bolsonaro nas redes sociais, entre elas Twitter, Facebook, Instagram e YouTube.

Nesse período, de acordo com ele, Bolsonaro ampliou a sua base de fãs em 30,8 milhões de usuários. Porém, essa base começou a derreter a partir do pronunciamento de Moro, às 11h de sexta-feira (24).

Não é só o presidente da República que exerce poder de influência nas redes sociais. A consultoria apurou que Carlos, o Carluxo, Eduardo e Flávio, os filhos de Bolsonaro, perderam, em seis horas, o intervalo entre as coletivas do então ministro da Justiça e do presidente da República, mais de 86 mil seguidores. Até o final da coletiva da tarde, o presidente acumulava a perda de 45.575 seguidores, com uma pequena ressalva: a resposta de Bolsonaro a Sergio Moro mostrou uma pequena reação, com um acréscimo de pouco mais de 2,8 mil novos fãs.

Divisão

Nas redes sociais, é perceptível a divisão de opiniões. Ana Paula Henkel disse, no Twitter, que respeita o que Moro fez pelo país. E deixou um recado.

Que não contem com a sua influência digital para incendiar o governo.

O jornalista Alexandre Garcia também opinou sobre os dois pronunciamentos que, para ele, foram convincentes, mas ponderou.

“sem dois pesos, não é possível medir”. Antes, lamentou a baixa no governo Bolsonaro.

Opinião contundente foi a do deputado federal Marco Feliciano (Podemos-SP).

Na visão do político, Sergio Moro armou um ato político para o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência.

Outros dados

Segundo a análise da consultoria Bites, até 18h de sexta-feira, Bolsonaro somava 773 mil tuítes negativos. Isso representa 35% de todos os posts publicados no Brasil até o início da noite do dia 24.

A crise institucional superou alguns assuntos tidos como recordes em comentários e reflexões críticas a Bolsonaro.

Em 24 de março, foram 247 mil perfis com posições negativas ao governo. Na ocasião, o presidente fez o primeiro posicionamento, em rede nacional, sobre a covid-19, em que defendia o isolamento vertical.

Na saída de Sergio Moro, os perfis com opiniões contra Bolsonaro ultrapassaram os 331 mil. Por sua vez, de acordo com o levantamento, o perfil do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) ganhou mais de 25 mil seguidores, chegando a 1,5 milhão de fãs. Sergio Moro ganhou mais de 160 mil no Twitter e Instagram.