Depois de várias polêmicas envolvendo o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, a Defensoria Pública da União (DPU) entrou pedindo uma tutela provisória de urgência para retirar ele da presidência.

Esse recurso foi feito nessa ultima quarta-feira (3) ao presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), João Otávio de Noronha. No mês de fevereiro desse mesmo ano, o ministro da Corte atendeu um pedido do Governo e assim, foi nomeado Sérgio Camargo.

Numa forma prática, a defensoria deseja que, enquanto o tribunal não faça esse julgamento de forma definitiva, sejam restaurados a relevância da decisão da Justiça Federal do Ceará que tinha suspendido que Camargo seja nomeado em novembro do ano passado.

No entendimento do juiz federal José Matias Guerra, Sérgio Camargo ofendeu a comunidade negra que, por conta da função da fundação, deveria defender.

A Fundação Cultural Palmares entrou em operação em 1988 para a promoção e a preservação dos valores culturais, históricos, sociais e econômicos que aconteceram como influencia dos povos negros numa formação da sociedade brasileira.

Essa organização tem entre suas tarefas organizar e emitir certidões para as comunidades quilombolas. Hoje, a Fundação está sendo vinculada à Secretaria Especial da Cultura e assim, o Ministério do Turismo.

Histórico de Sérgio Camargo

Sérgio Camargo foi nomeado para a presidência da Fundação Cultural Palmares teve a oficialidade no dia 27 de novembro de 2019 com várias críticas e muita indignação.

Numa postagem dele antes mesmo de ser nomeado, Camargo disse que o racismo brasileiro é “Nutella” (que quer dizer que é falso). Segundo ele, o verdadeiro racismo está nos Estados Unidos, e que a “negrada do Brasil reclama porque é desinformado pela esquerda", nas palavras do presidente da Fundação.

O presidente da fundação disse que sente uma imensa vergonha e asco dos negros que militam nos movimentos.

Camargo disse sentir pena desses militantes que, na sua visão, pensam ser revolucionários, porém, não passam de uma espécie de escravo da esquerda. No dia 13 de maio, que se comemora a Lei Áurea, que libertou os negros da escravatura, Sérgio Camargo postou um artigo que negava o heroísmo de Zumbi no site da própria fundação.

Nas redes sociais, Sérgio chegou a dizer que Zumbi seria um herói da esquerda “racialista” e não do povo brasileiro. Assim, o Ministério Público Federal, apresentou contra Camargo, por causa desses posts, uma representação para ele responder na justiça por improbidade administrativa.