“Quem fizer isso será preso”. Esse foi o aviso dado pelo secretário de Saúde do Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, durante uma live realizada nesta terça-feira (16), para quem decidir seguir a fala do presidente Jair Bolsonaro.

Na semana passada ele havia aconselhado as pessoas a entrar em hospitais públicos ou de campanha que tratam de pacientes com coronavírus com o objetivo de saber se há leitos desocupados.

“Altamente reprovável. Não concordo nem quando não há pandemia”, reprovou o gestor. “Isso não vai acontecer nos hospitais de Mato Grosso. Quem fizer isso será preso”, ameaçou.

O secretário lembrou que nem os parentes estão podendo visitar os pacientes, muito menos que ousar a invadir os leitos.

O secretário lembrou que já existe uma lei que proíbe este tipo de ação e que ela serve para proteger os profissionais de saúde e a população.

Mostrando preocupação pelo fato do Mato Grosso se encontrar em uma das últimas posições no ranking de pessoas que cumprem o isolamento, Figueiredo voltou a pedir para que a população use máscara, lave as mãos e cumpra o isolamento.

Ele seguiu afirmando que as pessoas que estão saindo e fazendo festas muito provavelmente serão infectadas e “vão precisar de uma assistência que não vai ter”.

O pedido do presidente

Bolsonaro pediu a seus apoiadores que fiscalizassem os leitos de hospitais públicos para saber se os leitos estão ocupados ou não e se os gastos estão sendo compatíveis.

Para o presidente, muitas mortes que estão sendo apontadas como consequência da Covid-19 tinham outras doenças pré-existentes que os colocam no grupo de risco. Bolsonaro diz que muitos gestores estão usando isso para ter um ganho político. “Só pode ser isso. Aproveitando as pessoas que falecem para ter um ganho político”, disparou.

Em nota, o Conselho Nacional de Saúde criticou a fala de Jair Bolsonaro e apontou que isso agrava ainda mais o contexto de crise na saúde pública. O Conselho disse ainda que tal atitude constrange os pacientes que se encontram internados.

No dia seguinte às declarações do presidente, o Hospital Ronaldo Gazolla, no Rio de Janeiro, teve uma de suas alas depredadas por um grupo de pessoas que entrou no local.

Números da Covid-19 no estado

O último balanço divulgado pela secretaria de Saúde do Mato Grosso, na última segunda-feira (15), apontava que o estado tinha 6.390 casos confirmados do novo coronavírus. O número de óbitos registrados por conta da Covid-19 era de 223.

A capital Cuiabá é onde se concentra o maior número de casos, com 1.857 casos. Várzea Grande, com 557 casos, Rondonópolis (509), Primavera do Leste (272) e Tangará da Serra (245) aparecem logo na sequência.