Um bebê de apenas sete meses morreu na quinta-feira (16) após dar entrada no hospital de Montes Claros. A prefeitura confirmou o falecimento do bebê por covid-19, tornando-se a vítima mais nova do estado a morrer por decorrência do coronavírus.

A criança foi atendida no pronto-socorro do Hospital Universitário Clemente de Faria e realizou o exame para covid-19 no mesmo dia da morte.

Atendimento

De acordo com informações divulgadas pelo hospital (HUCF), aos cuidados da mãe, o bebê deu entrada na segunda-feira (13), e foi atendido no pronto-socorro com sintomas de gripe acompanhados de vômito.

Sem indicação médica de internação, a criança foi medicada e liberada, sendo solicitado à mãe que voltasse a unidade hospitalar em caso de piora dos sintomas.

Ainda de acordo com o hospital, na madrugada de quinta-feira (16), a mãe retornou ao pronto-socorro com o bebê, que já não apresentava sinais vitais devido a uma parada cardiorrespiratória. Assim que a equipe plantonista identificou a falta de sinais vitais, os processos de reanimação foram realizados imediatamente, prestando total assistência a criança.

O material coletado para o teste de covid-19 foi realizado no bebê no dia de sua morte, quinta-feira, e o resultado positivo saiu neste sábado (18).

Coronavírus em Montes Claros

Conforme o último boletim emitido pela Secretaria Municipal de Saúde, a cidade localizada no norte de Minas Gerais registra após o óbito do bebê, 11 mortes por coronavírus, 734 casos confirmados de contaminação e 355 casos recuperados.

A taxa de ocupação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é de 76% e 65 pessoas estão internadas por contaminação do novo coronavírus.

Até o falecimento do bebê, a pessoa mais jovem a morrer pelo coronavírus no estado de Minas Gerais era uma criança de dois anos que faleceu no dia 6 deste mês em Ipatinga.

Casos em crianças

Embora alguns estudos defendam que o vírus age de maneira diferente no organismo das crianças, existem registros de vários casos fatais.

Estudos demonstram que a narrativa de que idosos correm risco e crianças são praticamente assintomáticas é uma declaração de risco. Embora sejam minoria, existem registros em todo o mundo de casos graves com danos sérios a saúde e óbitos causados pelo covid-19 em crianças e adolescentes.

O professor de Infecções Pediátricas e Imunidade Andrew Pollard, da Universidade de Oxford, afirmou que no início da pandemia de coronavírus acreditava-se em uma certa imunidade, inclusive na falta de contágio, porém hoje já se sabe que, apesar da maioria dos casos se apresentarem de forma leve, as crianças se contaminam na mesma proporção que os adultos.