O telejornal "SBT Brasil" teve acesso a um relatório da Polícia Federal que aponta um possível desfecho para o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro. Após um longo período de investigação e súplicas nas redes sociais por justiça para Marielle, quase dois anos e meio após o crime, a história pode ter um fim.

Segundo o SBT, o suspeito investigado por ter mandado matar a vereadora é Cristiano Girão Matias, ex-vereador também no Rio de Janeiro, que hoje se encontra sem partido, após ter sido condenado por chefiar uma milícia no ano de 2010.

A condenação foi de 14 anos de prisão e, após cumprir um período de pena em regime fechado, encontra-se em liberdade condicional.

CPI das Milícias

O presidente da CPI das Milícias, Marcelo Freixo (PSOL), teve Marielle como assessora por um certo período. A CPI foi responsável por indiciar o ex-vereador, que como retaliação decidiu se vingar de Freixo.

Marcelo Freixo seria, de acordo com o documento, o alvo de Cristiano, porém seu plano inicial acabou não dando certo e, Marielle Franco, assim como o motorista Anderson Gomes, se tornaram as vítimas.

Dia do crime

As investigações apontam que no dia do assassinato de Marielle o investigado permaneceu em churrascaria por dez horas consecutivas, período no qual Marielle foi assassinada.

Além da ex-vereadora, Marcelo Diotti da Mata, marido de ex-mulher de Girão, também foi assassinado a tiros. A arma usada no crime foi um fuzil M-16.

Depoimento

Em depoimento realizado um dia após os assassinatos, o investigado forneceu como álibi as longas horas em que permaneceu na churrascaria localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Cristiano ainda declarou aos policiais que nem sequer conhecia a vereadora e que nunca teria ameaçado sua ex-mulher e seu atual marido, declarando que teve conhecimento dos crimes apenas quando foi divulgado na mídia.

Nas dez horas em que Cristiano passou na churrascaria, Wallace de Almeida Pires, conhecido como Robocop, foi uma de suas companhias.

Wallace é um ex-investigador que perdeu seu cargo ao ser expulso da Polícia Civil por fazer parte da milícia na Gardênia azul, chefiada por Cristiano.

Uma suspeita da Polícia Federal sugere que a Delegacia de Homicídios, que é responsável pelas investigações dos assassinatos, conta com milicianos infiltrados, o que dificulta o desfecho de casos ainda não solucionados.

Marielle Franco

Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, foi uma socióloga e política brasileira. Filiada ao Partido Socialismo e Liberdade, elegeu-se vereadora do Rio de Janeiro para a Legislatura 2017-2020, durante a eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação.