O pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), foi assassinado no dia 16 de junho de 2019. A morte do líder religioso ganhou enorme repercussão em todo o Brasil e desde o início das investigações, a Polícia vinha encontrando pistas que relacionavam Floderlis ao crime.
Flordelis é a mandante da morte do marido, diz polícia
O Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro concederam uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (24) na qual informaram que não existem dúvidas sobre o papel da deputada federal Flordelis como mandante e mentora intelectual da morte do marido.
Delegado afirma que crime planejado por Flordelis foi bárbaro e covarde
O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, chefe do departamento de Homicídios da Polícia Civil do RJ, afirmou que o plano arquitetado por Flordelis visando o assassinato do marido resultou em um “crime bárbaro, crime covarde”.
Segundo Antônio Ricardo, as investigações mostram que 11 pessoas estão diretamente envolvidas e serão responsabilizadas pelo crime.
Ainda segundo as informações da polícia, as investigações apontaram que Flordelis começou a arquitetar o plano para o assassinato do marido em maio de 2018. A polícia afirma que Anderson do Carmo estava sendo envenenado com doses de arsênico e terminou com a execução do pastor que foi morto com mais de 30 tiros na porta da casa onde ele morava com a esposa e os mais de 50 filhos.
Mentora de uma associação criminosa
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, Flordelis criou uma associação criminosa a fim de matar o pastor por envenenamento. Após meses usando arsênico ela partiu para o plano de matá-lo com uma arma de fogo.
O promotor afirmou que o envenenamento aconteceu de maneira gradual. O arsênico era colocado nas refeições do pastor, até 2019.
Anderson do Carmo precisou ser levado por diversas fezes na emergência de hospitais da cidade de Niterói, com quadros de diarreia, vômitos, sudorese e recebia o tratamento para outras patologias.
Flordelis não foi presa por causa da imunidade parlamentar
Nesta segunda-feira a deputada Flordelis se tornou ré. As prisões dos suspeitos de envolvimento no crime foram expedidas pela 3ª Varal Criminal de Nitéroi (RJ).
São seis filhos e uma neta de Flordelis presos, além de um ex-PM.
Segundo a investigação, as razões que levaram Flordelis a planejar a morte de Anderson foram por questões financeiras, já que ele era o responsável pelo dinheiro da igreja Ministério Flordelis, hoje rebatizado como Comunidade Evangélica Cidade do Fogo.
Por ter imunidade parlamentar, Flordelis não foi presa nesta segunda-feira. Ela, no entanto, está proibida de deixar o país. A deputada foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. Ela está em sua casa em Brasília. Uma cópia do inquérito foi encaminhada para a Câmara dos Deputados, para que as devidas medidas administrativas sejam tomadas.