Cristian Cravinhos, um dos responsáveis pelo assassinato do casal Manfred e Marísia Richthofen, os pais de Suzane Louise von Richthofen, realizou um pedido de indenização por uso de sua imagem na série "Investigação Criminal", que traz detalhes do caso e dos envolvidos no crime. A série de TV foi produzida pela empresa Medialand Produção e Comunicação.

Alegação

Na ação movida por Cristian, ele justifica seu pedido à justiça com o direito ao esquecimento, mesmo sendo um dos envolvidos em um crime que chocou não só o Brasil, mas o mundo.

De acordo com o advogado de defesa de Cristian, tal exposição causa danos enormes ao cliente, pois uma série que fique relembrando o caso, avaliado por ele como triste no decorrer da vida do cliente, fará com que ele jamais consiga ser esquecido.

Valdir Rodrigues de Sá ainda alegou que isso é uma afronta direta a seus direitos pois, no seu entendimento, o condenado tem o direito de tentar recuperar a sua vida normalmente após cumprir sua sentença sem que seja julgado ou condenado pela sociedade.

Crime

Cristian foi condenado por entrar na residência da família Richthofen, com o apoio de Suzane que facilitou o processo abrindo a porta da casa, e na companhia de seu irmão Daniel Cravinhos matar os pais dela a pauladas enquanto dormiam. Ele recebeu uma pena de 38 anos de prisão.

Juiz

O condenado solicitou à Justiça uma indenização de meio milhão de reais pelo uso de 12 fotografias com sua imagem pelos produtores da série. Além da Medialand Produção e Comunicação, Cristian também processa as plataformas de streaming Netflix, Amazon Prime e Look.

Luiz Gustavo Esteves, juiz responsável pelo julgamento do caso, foi contra as argumentações da defesa de Cristian. De acordo com o magistrado em sua sentença, a sociedade tem todo o direito de manter as memórias relacionadas ao crime.

Sobre a série, o juiz afirma que em momento algum a imagem de Cristian Cravinho é maculada, pois ela apenas apresenta fatos reais e verídicos que são de interesse do público.

Suzane Von Richtofen

A filha do casal e mandante do crime foi condenada a 39 anos, que após revisão de pena foi alterado para 34. Recentemente a condenada realizou um pedido à Justiça para cumprir prisão domiciliar, usando como justificativa a pandemia do novo coronavírus. Porém teve seu pedido negado pela Justiça, que afirmou que além de não fazer parte do grupo de risco, o presídio onde ela cumpre pena não apresentou até o momento nenhum caso positivo da doença.

Suzane, que mantém um novo relacionamento desde o ano de 2017, pretendia passar o período de pandemia do coronavírus no sítio do namorado.

Além do juiz, o pedido de Suzane também foi encaminhado ao Ministério Público, que por sua vez também indeferiu, justificando que a condenada não apresentou condições de cumprir uma pena mais branda.