Após anunciar a prisão do suspeito de ter matado a cozinheira Gilmara da Silva na casa onde ela trabalhava, a Delegacia de Homicídios investiga agora a possibilidade de Gilmara ter sido abusada antes de sua morte, causada por asfixia mecânica.
Instituto Médico Legal
De acordo com Bianca Gebara, delegada responsável pela investigação de homicídio, o Instituto Médico Legal (IML) foi quem levantou a hipótese de abuso, apresentando os fatos em relatório. O próximo passo será a realização de perícia técnicas para confirmar ou descartar a agressão.
Ainda de acordo com Bianca, a equipe de peritos forenses foi ao local do crime para a realização de coleta de vestígios, buscando coletar o máximo de provas possíveis.
Sêmen também foi coletado como amostra de DNA e material genético caso sejam necessários em um confronto futuro. "Foi colhido sêmen, material genético para futuro confronto", disse Bianca.
Michelle, a filha de Gilmara, havia relatado que a mãe apresentava sinais de agressão física, como sangue nos ouvidos e no nariz. O laudo do IML confirma as agressões listando que a vítima tinha hematomas nas pernas e nos braços, e que haviam sinais de uma relação sexual recente, o que levou a suspeita de abuso sexual.
Motivação do crime
Na manhã desta terça-feira, a Polícia Civil informou que o suspeito pela morte de Gilmara havia sido preso preventivamente, porém não divulgou a identidade do homem. No entanto, a filha da cozinheira relatou ao UOL que o suspeito preso é o funcionário novo da casa.
O enfermeiro teria sido contratado há mais ou menos dois meses para auxiliar nos cuidados do casal de idosos, proprietários da residência. A polícia ainda não esclareceu a real profissão do suspeito.
Ao ser questionada pela motivação do crime, a delegada Bianca Gebara alegou que a motivação ainda não poderia ser divulgada, que até então foi um desentendimento na relação de trabalho.
Milena
Além de Michelle, Milena, que também é filha da cozinheira, falou sobre o caso. Ela diz acreditar que existem mais pessoas envolvidas no assassinato da mãe e que existem contradições nos relatos dos donos do imóvel.
Ainda de acordo com Milena, a família dos patrões não manifestou nenhum tipo de solidariedade, mesmo que Gilmara tenha sido morta e violentada dentro de sua casa, nem uma palavra de conforto foi recebida.
Por outro lado, o suspeito identificado apenas como Claudio recebeu o apoio deles em todos os momentos, o que deixa Milena desconfiada, pois se não existe envolvimento não existe motivo para ficarem do lado do suposto assassino.
Contradições
Milena ainda relata contradições nas histórias relatadas. A notícia foi dada à família de Gilmara apenas por telefone e com a explicação de que encontraram a cozinheira caída no chão, porém ao chegar no hospital os fatos foram outros. Milena então questiona como alguém pode ter sido abusada sexualmente, sofrido agressões físicas sem que ninguém tivesse ouvido.
Segundo a filha, no hospital, Carlos estava junto a um dos filhos e uma filha do casal de idosos, a médica pediu para que eles permanecessem no hospital, mas a filha teria saído correndo para voltar para sua casa.