Rogério Fonseca de Oliveira, de 56 anos, ex-polícial militar que foi preso sob suspeita de abusar de sua filha desde que ela tinha 10 anos, está sendo investigado pela Polícia Civil para averiguar um possível abuso cometido contra outra menina.
Delegado
O delegado responsável pelo caso revelou que Rogério, preso nesta terça-feira (1º), suspeito de cometer abusos contra a filha por um período de 8 anos consecutivos, foi acusado de ter cometido um abuso contra outra menina da família, uma prima.
A prima que denunciou o abuso vive fora do Rio de Janeiro, e o crime já ocorreu há bastante tempo, o que indica uma possível prescrição.
Contudo, o delegado afirma que as investigações serão realizadas mesmo assim e que ela será ouvida através de uma carta precatória.
Depoimento
Rogério começou a trabalhar como motorista de aplicativos após pedir o desligamento da Polícia Militar. Ele estava na casa de sua mãe no momento da prisão, localizada em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
De acordo com o delegado Gabriel Ferrando, o ex-PM não negou os crimes. Entretanto, ele justifica suas ações estrategicamente, o que surpreendeu toda a equipe policial. Durante o depoimento, na tentativa de amenizar a gravidade dos fatos, Rogério justifica que as relações sexuais com sua filha só iniciaram quando ela completou 14 anos, e não aos 10.
A polícia aprendeu também os aparelhos eletrônicos de uso pessoal do ex-PM para averiguar se ele mantinha vídeos e imagens dos abusados armazenadas, pois o pai declarou que filmava os atos.
Vítima
Segundo relatos da vítima, a mãe desconhecia os fatos e quando soube ficou muito chocada. Ela ainda revelou que ele a perseguia nos lugares, que ele usava perfis fakes nas redes sociais se passando pela filha e falando coisas ruins às outras pessoas. Era nítido para as outras pessoas que o comportamento de Rogério em relação à filha não era algo comum de pai.
A filha ainda relata que o pai lhe falava que qualquer pessoa que ficasse com ela seria capaz de ver o estrago que fez com seu corpo. Ela então desabafa sobre a dificuldade de aceitar seu próprio corpo após esta declaração.
O delegado diz que conversou com outras testemunhas do caso e que foi relatado que Rogério agia de forma abusiva com a filha.
Prisão
A investigação e a prisão do ex-PM foi realizada por uma força-tarefa montada especificamente por um grupo de mulheres da Polícia Civil. Ao ouvir a vítima, as policiais foram tocadas pela narrativa e fizeram questão de executar a prisão do suspeito.
Na mesma terça-feira, o ex-PM foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de Gericinó, e o MPF já realizou uma solicitação para que a prisão temporária seja modificada para preventiva, uma vez que ele pode realizar ameaças e causar danos a familiares.