Filho afetivo da deputada Flordelis (PSD-RJ), Wagner Andrade Pimenta, também conhecido como Misael, afirma que há mais de um ano não mantém mais a parlamentar. Segundo Wagner, o rompimento da relação ocorreu após ele acusar a deputada de ser a mentora do assassinato do pastor Anderson do Carmo. Após o crime, Misael afirma que procurou ser reaproximar de sua família biológica, após 30 anos de separação.

Em entrevista ao jornal Extra, Wagner explica que aos 12 anos, quando chegou na casa de Flordelis, foi ensinado a acreditar que estava fazendo a coisa certa, ajudando os demais irmãos, recolhendo doações nas vias, entre outras coisas.

Ele afirma que na verdade estava sendo manipulado pela pastora, acreditando ter uma dívida de gratidão eterna com Flordelis. Hoje, aos 42 anos, Misael atua como vereador no Rio de Janeiro. Antes do assassinato de Anderson ele também atuava como tesoureiro das igrejas do casal.

Misael explica porque Flordelis tentou acusá-lo pelo crime

Sobre o fato de ter sido acusado por Flordelis como um dos envolvidos na morte de seu marido, o vereador explica que a acusação parte por conta de que ele sempre foi contrário à versão apresentada pela pastora e os demais suspeitos de envolvimento no homicídio. Misael também acredita que os filhos afetivos que ficaram ao lado da pastora teriam sido manipulados por ela.

Durante as investigações, Misael conta que entregou o próprio celular para as autoridades para que o aparelho fosse periciado. Segundo ele, a deputada não esperava por tal atitude de sua parte.

Misael conta que Anderson sabia do plano para executá-lo

Questionado pela reportagem do Extra se alguém dentro da casa não procurou Anderson para avisá-lo do suposto plano para assassiná-lo, Misael relatou que além dele, o próprio Anderson teria descoberto um suposto intuito para executá-lo.

Ele conta que certo dia, o pastor o procurou para falar da trama, mas, por outro lado, não levava o assunto muito a sério. Misael também avisou a vítima que existia a possibilidade de que Flordelis estivesse envolvida nesse objetivo, mas o pastor relutava em acreditar, pois Anderson gostava muito da esposa e para o pastor era Deus no céu e Flordelis na terra.

Misael foi acusado pela pastora por desviar dinheiro do Ministério Flordelis

Misael afirma que a denúncia não procede e que os fatos precisam ser apurados, pois, segundo ele, a igreja do casal tinha contrato com um escritório de contabilidade que prestava serviço para Anderson e Flordelis. No total eram oito igrejas pertencentes ao casal. Segundo ele, os lucros eram contabilizados e entregues em relatórios a cada 15 dias. Perguntando se Flordelis só tomou conhecimento dessas receitas após a morte de Anderson, Misael explicou que essa informação não procede. Segundo ele, a pastora estava ciente dos lucros e frequentemente mantinha reuniões com a empresa de contabilidade.

Misael fala sobre o sentimento de Flordelis não estar presa

Questionado sobre o fato de sua mãe afetiva ainda não estar na cadeia, Misael espera que a justiça seja feita. Ele diz acreditar que, "lá no fundo do coração", Flordelis está arrependida de ter mandado assassinar o marido. Ainda segundo Misael, Anderson era considerado engrenagem principal naquela casa. Ele acredita que Flordelis pode não demonstrar arrependimento, mas que, ao colocar a cabeça no travesseiro, deve pensar “O que fiz da minha vida?”.