A Justiça tornou réus os pais da menina que atirou e matou Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, em julho deste ano, em um condomínio de luxo em Cuiabá. A decisão foi proferida nesta terça-feira (17) pela juíza Maria Rosi de Meira Borba, da Oitava Vara Criminal de Cuiabá, que acatou a acusação contra os pais da adolescente de 15 anos suspeita de matar Isabelle.

O processo sobre o crime corre em segredo da Justiça e, por isso, alguns detalhes não foram revelados à imprensa. Os pais da menor foram denunciados pela prática dos crimes de homicídio culposo (quando não há intenção de matar), posse ilegal de arma de fogo, entrega de arma de fogo a menor, fraude processual e corrupção de menores.

Foi estabelecido pela juíza um prazo de dez dias para o casal se manifestar sobre as acusações.

A família ainda vive a dor e sofrimento causado pela falta de Isabele, inclusive a adolescente estaria completando 15 agora. A data traz várias lembranças para família de Isabele. A mãe de Isabele disse que a morte da filha é muito dura de superar, ainda mais por saber que sua filha era uma menina alegre e que tinha muitos sonhos para realizar e que essas lembranças tornam o processo de cura ainda mais difícil.

A defesa

Na época em que ocorreu o crime, a ex-defesa dos pais da adolescente que está sendo acusada disse que o pai da menina pediu para que a autora do disparo guardasse a arma. O crime ocorreu durante o trajeto que ela fazia enquanto levava a arma.

O advogado disse também que não houve intensão de matar por parte da jovem, pois ela carregava as armas dentro de uma mala. As armas estavam carregadas, uma delas acabou caindo e, quando a menina foi pegar para colocar na mala de volta, acabou disparando e matando Isabele.

A adolescente chegou a ser acusada de estar brincando e mostrando as armas para Isabele no momento do ocorrido, mas ela negou.

Assim que Isabele foi atingida pelo tiro, a mãe da jovem que disparou a arma foi chamar a mãe dela, que a encontrou no banheiro, já sem vida.

A autora do disparo chegou a ser apreendida e internada em uma unidade socioeducativa, mas os advogados conseguiram um habeas corpus e soltaram a adolescente um dia depois da internação.

Famílias envolvidas praticam tiro esportivo

Foi constatado pela Justiça que ambas famílias são praticantes de tiro. Inclusive os nomes delas estão registrados em um clube de tiro. A Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT) revelou que a adolescente que disparou a arma já faz parte do clube há pelo menos 3 anos e já participou de vários torneios de tiro. Eles fazem parte de um grupo chamado “Squads”, onde outros membros da família também fazem parte.

O caso gerou uma grande repercussão nas redes sociais. Várias pessoas lamentaram o fato da menina ser uma adolescente e pelo fato de ter tido a vida interrompida muito cedo.