Paola da Silva Daniel, advogada e esposa do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), foi exonerada no último dia 1° do cargo comissionado que ocupava desde o último dia 16 de outubro na diretoria de gestão do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, no Rio. Entre as razões apresentadas para sua exoneração está a abertura de um processo administrativo contra ela.
No início da semana, Paola deu explicações pelo recebimento de parcelas do auxílio emergencial, mesmo já estando empregada no cargo comissionado, com salário de R$ 5,6 mil mensais.
Em um vídeo divulgado a um grupo fechado de amigos, ao qual o jornal O Globo teve acesso, a esposa de Daniel Silveira relatou detalhes de como foi o processo desde que sua indicação foi confirmada para trabalhar como comissionada no Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Paola declarou que chegou a fazer uma pesquisa para descobrir como cancelar o benefício quando ficou sabendo que iria ser nomeada ao cargo no Ministério do Meio Ambiente, porém considerou que fazer o cancelamento era "bem complicadinho".
Burocracia
"Pesquisei e realmente vi que o cancelamento era uma coisa muito burocrática, e isso se possível, era bem complicadinho mesmo para fazer o cancelamento. O tempo passou e a nomeação não saiu", afirmou a advogada de Petrópolis, confirmando que sua nomeação aconteceu no dia 20 de outubro.
Segundo o jornal O Globo, enquanto Paola da Silva Daniel esteve empregada, ela recebeu quatro parcelas do auxílio emergencial, das sete que estavam programadas.
Paola afirmou que somente teve conhecimento de duas parcelas no valor de R$ 300 que foram depositadas em sua conta no mês de janeiro, depois do contato da reportagem de O Globo.
Como sua nomeação saiu somente no dia 20 de outubro, a folha de pagamento já havia sido fechada, dessa maneira, ela só iria receber no mês de dezembro. Sua última parcela do auxílio seria paga no mês de novembro. Explicou Paola da Silva Daniel.
Ela ainda afirmou que acreditou que por estar empregada em um cargo federal, ela, “automaticamente”, não iria receber o benefício.
Paola disse que se surpreendeu quando viu que havia recebido uma parcela no mês de novembro. Ela ainda afirmou que iria fazer uma pesquisa para saber se teria que devolver a última parcela.
Devolução
O Governo federal disponibiliza atualmente um canal direto para aqueles que quiserem devolver os valores do auxílio emergencial.
O link se encontra dentro do site do Ministério da Cidadania. Cidadãos com vínculo empregatício ou trabalhadores do serviço público não têm direito ao auxílio, que é destinado principalmente a trabalhadores informais que foram prejudicados pela pandemia da Covid-19.