A mentira tem perna curta, e agora as fake news podem dar cadeia e multa. O youtuber Marcelo Frazão de Almeida, conhecido por promover teses bolsonaristas negacionistas, [VIDEO] foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a 2 anos e 4 meses de prisão em regime aberto, pelo crime de homofobia, mas acabou tendo a pena substituída por prestação de serviços à comunidade e uma indenização por dano moral coletivo no valor de 50 salários mínimos. Ele ainda pode recorrer da decisão.

Em um áudio compartilhado no WhatsApp em outubro de 2020, ele associou a vacina contra a Covid-19 à homossexualidade.

Ele defendia a tese, sem nenhum embasamento científico, de que a vacina altera o DNA das pessoas. "Vocês vão causar síndromes perigosas que vão destruir os seus filhos e netos, inclusive no sentido de fertilidade, de 'homossexualismo'", diz ele no áudio. Frazão também afirmava na gravação que a vacina é uma “pauta comunista que tem como objetivo reduzir a população mundial”. O conteúdo também foi compartilhado por outras pessoas no YouTube e no Facebook.

Na época em que gravou o áudio, Frazão era candidato a prefeito da cidade de São Simão (277 km de São Paulo), mas não conseguiu se eleger.

Em sua defesa, Frazão alega que não é homofóbico e que sua declaração foi tirada do contexto, pois seria apenas uma parte de uma "aula" de genética que ele alega ter dado.

O juiz Antonio José Papa Júnior, da Vara de São Simão, disse, em sua sentença, que Frazão inferiorizou a comunidade LGBTI+, além de desestimular a vacinação num período em que a pandemia estava fora de controle. Papa ressaltou em seu texto que a eficácia da vacina está comprovada pela comunidade científica, que é segura para uso humano e aprovada pela Anvisa.

Intimado pela Polícia Federal

Frazão possuía três canais no YouTube com conteúdos de extrema-direita, mas todos foram suspensos pela plataforma. Mas este não é seu primeiro problema com a Justiça. Em outubro do ano passado, ele foi intimado no inquérito das milícias digitais e depôs na Polícia Federal. Na ocasião, negou a existência da pandemia do coronavírus, que já matou quase 700 mil brasileiros.