O programa "Encontro", da Rede Globo de Televisão, comandado pela apresentadora e jornalista Fátima Bernardes, trouxe na edição desta terça-feira (27) a bela e emocionante história de Bernardo, que possui hidrocefalia e, portanto, tem movimentos bastante limitados, e sua grande melhora através do tratamento com o educador físico Guto Rodrigues.

Guto usa, há muito tempo, a dança como recuperação para pacientes com deficiência física e idosos, socializando e ampliando a mobilidade dos mesmos.

O tratamento do pequeno Bernardo, de 3 anos, na Rede de Reabilitação Lucy Montoro, em São Paulo, mostrou progressos quando a criança expandiu a quantidade e qualidade dos movimentos aos quais era limitada.

A reabilitação

Rafaela, mãe de Bernardo, afirmou que o menino não sustentava a cabeça e agora o faz. Emocionada, ela acrescentou que a obra de Guto é amor.

Guto, por sua vez, diz que uma vez por ano realiza um festival para que seus assistidos possam mostrar o progresso físico realizado através da dança e que, como no hospital só pode entrar um acompanhante por vez, muitos familiares ficam curiosos. Através do festival, todos podem ver a evolução de seus alunos.

O envolvimento com a dança

Guto, diz que é professor de dança de salão há 22 anos e que, em dada época de sua vida perdeu 60% de visão do olho direito por conta da toxoplasmose. Depois disso, quando fazia testes em escolas de dança onde possivelmente lecionaria, não era aceito por conta da falta da lateralidade que a perda parcial da visão acarretava.

Sem conseguir enxergar a parceira de dança em determinado campo de visão, Guto era constantemente excluído. A ideia veio quando ele observava pessoas com deficiência física em festas e pensava: "qual a diversão dessa pessoa?". Do pensamento vieram os planos e a elaboração do programa de dança para deficientes.

Ainda de acordo com ele, o trabalho no hospital consiste em trabalhar desde bebês a idosos, cada um com um tipo apropriado de dança e música para a idade.

A dança ajuda a recuperação da mobilidade em pacientes idosos que tiveram AVC, doenças recorrentes de acidente de trânsito, paralisia cerebral, junto com as outras unidades multidisciplinares. Ele ainda acrescenta que a psicóloga do hospital aponta a possível depressão sofrida pelo paciente naquelas condições e ele entra com a dança para mostrar que há vida e que ela continua.

Dança com cadeirantes

Em 2015, o Diário da Região de São José do Rio Preto publicou uma reportagem sobre o professor Guto, afirmando que por conta do seu trabalho pioneiro com cadeirantes, talvez fosse o homem mais amado da cidade.

A reportagem dá conta de que a vida passa a ser motivadora para os deficientes com o trabalho do professor, que afirmou que "com a dança, os deficientes passam a ver a vida com outra dimensão, saem de casa, apresentam-se em público, comunicam-se, são aplaudidos, isto faz um bem enorme para eles”.

Abaixo podemos apreciar uma transmissão ao vivo feita direto do Hospital de São José do Rio Preto, onde Guto dança com diferentes tipos de pacientes.