Os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês e a Universidade de São Paulo já receberam aval do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa para utilizar plasma de pacientes curados em testes clínicos com doentes em estado grave por contaminação do coronavírus. O uso da substância (a parte líquida do sangue) extraída de pessoas recuperadas já foi adotado em experiências anteriores durante epidemias de outras infecções do sistema respiratório.
Nos Estados Unidos e China, as agências reguladoras de medicamentos também autorizaram o uso do plasma de pessoas que foram contaminadas e conseguiram se curar.
No país asiático, o processo mostrou ser eficiente após estudo com cinco pacientes internados em situação grave, realizado entre 20 de janeiro a 25 de março.
O diretor do hospital Albert Einstein, Luiz Vicente Rizzo, declarou ao portal 'G1" que se a terapia corresponder aos parâmetros esperados, será útil para reduzir o número de pacientes internados em UTI (unidade de tratamento intensivo).
Anvisa reconhece método como "potencial opção"
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu um comunicado oficial reconhecendo o uso do plasma como opção em potencial para tratamento da Covid-19, porém alerta que não existem comprovações científicas sobre a eficácia dos procedimentos.
Já o Ministério da Saúde diz estar em contato com centros hemoterápicos e buscando avaliar se existem dados concretos sobre a eficácia do uso do método.
Em caso positivo de evidências que comprovem a efetividade dos processos, a pasta irá orientar a utilização pelos serviços de Saúde.
O site também informa que, nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug Administration) liberou, em caráter emergencial, o uso de plasma de pessoas já curadas no tratamento de pacientes com coronavírus em estágio grave, mas assegura que ensaios clínicos são fatores determinantes para entender o que deve ser feito de maneira segura e eficaz.
Na China, cinco pacientes entre 36 e 73 anos e portadores do coronavírus em estado grave, foram submetidos a transfusão de plasma de pessoas já recuperadas da infecção e apresentaram melhora no quadro clínico. Três deixaram de respirar com auxílio de aparelhos e os outros dois se encontram em condição estável.
Na manhã deste domingo (5), as secretarias estaduais de Saúde confirmaram 10.475 casos de coronavírus no Brasil, com 455 vítimas fatais.
Na sexta (3), boletim emitido pelo Ministério da Saúde apontou que São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Amazonas e o Distrito Federal podem estar na transição para uma fase de aceleração descontrolada da pandemia da doença.