A importação de 2 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus (Covid-19), desenvolvida pela Universidade Oxford e a farmacêutica Aztra/Zeneca, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste sábado (2). O pedido foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz em 31 de dezembro de 2020, que imediatamente recebeu a aprovação mas ainda não está permitida a aplicação do imunizante contra a Covid-19.

Para que a vacina comece a ser usada no Brasil, é necessário que seja feito o registro ou aval dela para uso emergencial, mas esse pedido ainda não foi solicitado, segundo informações da Anvisa.

De acordo com a Fiocruz, o pedido será feito nesta próxima semana, destaca o jornal Folha de S.Paulo.

Fiocruz produzirá 100 milhões da vacina

O objetivo da Fiocruz é antecipar a campanha de vacinação no Brasil ainda este mês, segundo ofício enviado a Anvisa para solicitação dos dois milhões de doses da vacina de Oxford para imunização da população brasileira.

Para a Fiocruz, parceira da Astra/Zeneca, essas doses dariam início à luta contra a Covid-19 no país enquanto ela produz as 100 milhões de doses necessárias para a população. A expectativa é que tal quantidade seja entregue em fevereiro, com o objetivo de imunizar o Brasil ainda no primeiro semestre de 2021, segundo informação da revista Veja e da Folha.

Fiocruz seguirá algumas condições para importação

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Mario Santos Moreira, informou no ofício que o Ministério da Saúde tem apoiado a intenção. Além disso, ele afirmou que desde o início de dezembro (2020) a Fiocruz busca meios de adquirir as doses das vacinas prontas, e a pretensão é recebê-las ainda em janeiro.

O presidente destacou também que houve êxito nas tratativas, resultando na conquista de dois milhões de doses imunizantes.

No entanto, a Anvisa divulgou nota sobre o aval concedido, em que afirma que por se tratar de uma vacina que ainda não foi aprovada, a sua importação no país seguirá algumas condições já estabelecidas. Uma delas é de que as vacinas permanecem sob a guarda da Fiocruz até que a agência autorize o uso do imunizante no país.

Outra é de que a Fiocruz garanta as condições de armazenamento e segurança de modo que seja mantida intacta a qualidade do imunizante. O Serum Instute of India deverá fazer a entrega das vacinas contra a Covid-19 a Fiocruz.

Ministério da Saúde prevê vacinação ainda em janeiro

A vacina de Oxford se tornou a principal aposta do Governo do presidente Jair Bolsonaro para a imunização da população brasileira contra a pandemia do novo coronavírus. Para o Ministério da Saúde, é provável que o início da vacinação ocorra a partir de 20 de janeiro, já com as primeiras duas milhões de doses da vacina de Oxford produzida pela farmacêutica AstraZeneca.

O que impossibilita ainda o uso da vacina são questões burocráticas, mas a Fiocruz está preparada para dar início ao processo de imunização assim que a Anvisa liberar a entregue das vacinas.

Anteriormente a Fiocruz iria importar o insumo e iniciar a produção da vacina no país, no entanto a estratégia mudou para usar as vacinas prontas enquanto a fundação produz mais para dar continuidade.

O investimento feito pelo governo federal foi de aproximadamente R$ 2 bilhões para a compra de doses prontas, bem como a transferência de tecnologia de produção para a Fiocruz. Para o primeiro semestre o governo prevê a imunização de 50 milhões de brasileiros que estejam nos grupos de riscos, segundo o plano nacional de imunização.