Estudo realizado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) detectou pela primeira vez no país a variante sul-africana do coronavírus. Segundo informações divulgadas nesta terça-feira (7), o caso foi registrado em uma mulher de 34 anos, moradora da cidade de Sorocaba, no interior de São Paulo. A paciente infectada pela variante do Sars-Cov-2 não tem histórico de viagem para a África do Sul e também não manteve contato com estrangeiros.

Covid-19: filho e marido da mulher estão sendo monitorados

A paciente sentiu os primeiros sintomas em 5 de março, mas a identificação da nova cepa (B.1.351) foi comunicada ao município de Sorocaba somente no dia 31.

O filho e o marido da paciente também estão com a Covid-19 e estão sendo monitorados, declarou a prefeitura do município.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Instituto Butantan colheu amostra do filho da paciente e está realizando o sequenciamento genômico. O filho foi o primeiro a apresentar sintomas do vírus.

A Vigilância Epidemiológica do Município está monitorando todos os contatos da família, além de ter ampliado a investigação do caso epidemiológico. No fim de março, a Secretaria da Saúde de Sorocaba havia identificado cinco variantes do vírus em circulação na cidade. Seis pessoas foram diagnosticas com as novas cepas, das quais quatro morreram.

Covid-19: nova cepa é mais resistente às vacinas, alerta cientistas

Essa nova cepa tem comportamento semelhante a que foi encontrada em Manaus. Ela possui maior capacidade de escapar do sistema imunológico dos contaminados. Contra essa nova cepa da covid, as vacinas disponíveis apresentam baixa eficiência, segundo o estudo coordenado pelo Instituto Butantan e outras instituições.

Nova cepa requer maior atenção, diz cientista da FMRP

Rafael dos Santos Bezerra, pesquisador e cientista pela FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), disse em entrevista ao Jornal da USP, que não tem como saber exatamente como a variante chegou à Sorocaba, sendo este um fato preocupante que requer maior atenção sobre essa variante.

No último dia 4, o site medRxiv, de informações científicas, publicou uma prévia de um artigo que trata da nova cepa sul-africana, mas ainda está sujeito à revisão. O cientista ainda afirmou que o Brasil faz poucos sequenciamentos em relação aos casos positivos no país, o que possibilita a disseminação de forma mais rápida.