Uma notícia surpreendente foi dada neste dia 5 de maio. O governo norte-americano decidiu apoiar a quebra das patentes de vacinas contra a Covid-19. A decisão de se juntar a países emergentes na luta pela quebra de patentes das vacinas tem como objetivo facilitar o acesso à vacina para todos os países, inclusive os menos ricos.
Suspensão de patente das vacinas como forma de facilitar seu acesso
Atualmente, a diferença de vacinação no mundo é grande. Boa parte das vacinas aplicadas aconteceu nos países ricos ou em desenvolvimento.
A necessidade de acabar o mais rapidamente possível com a crise sanitária que atinge o mundo fez com que o presidente dos EUA, Joe Biden, tomasse essa decisão que foi comemorada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que a qualificou como "monumental".
Tedros Ghebreyesus, diretor da organização, chegou a elogiar Joe Biden dizendo que este é um exemplo de líder internacional.
Cerca de 60 países emergentes já pediam por esta medida, argumentando que só assim seria possível garantir que as vacinas poderiam chegar a todos. Desde o ano de 2020, a Índia e a África do Sul já haviam levado à OMS a proposta da suspensão de patente até que a pandemia de Covid-19 fosse controlada.
Trump sempre se posicionou contrário à medida
Os Estados Unidos, durante o governo de Donald Trump, manifestaram-se contrários à proposta suspensão de patente das vacinas. Outros países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, apoiaram Trump. A atitude adotada pelo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), foi contrária a seus antecessores, que sempre se posicionaram a favor de facilitar o acesso a remédios e vacinas, priorizando assim a saúde.
Joe Biden foi pressionado até mesmo por integrantes do seu partido para modificar a postura do governo diante da grave situação em que o mundo se encontra.
A indústria farmacêutica argumenta que somente acordos de transferência de tecnologia seriam capazes de garantir o abastecimento e que, derrubando as patentes, não haveria incentivo para a inovação e produção das vacinas.
Posição do governo brasileiro sobre patentes das vacinas
O governo brasileiro não mudou sua postura sobre a quebra de patentes, considerando que sua adoção poderia significar prejuízo à inovação e às indústrias farmacêuticas multinacionais.
Durante reunião com a OMS realizada nesta quarta, o Itamaraty se pronunciou a favor da transferência de tecnologia e não se mostrou favorável a que sejam suspensas as patentes.
Lula apoia a decisão de Joe Biden
Através das redes sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saudou o presidente norte-americano pelo que considerou uma decisão histórica.