Nesta terça-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro assinou a Medida Provisória que reajusta o salário mínimo para R$ 1.039. Anteriormente o salário era de R$ 998, o novo valor começou a vigorar dia 1° de janeiro.
Segundo informações da Secretaria Geral Presidencial, o valor real teve um aumento de R$ 8,00 do que estava previsto no orçamento estipulado para 2020. Esse orçamento, que foi aprovado no dia 17 de dezembro, estipulava um valor de R$ 1.031.
Guedes se manifesta sobre aumento do salário mínimo
Paulo Guedes, ministro da Economia, informou que o valor estipulado para o salário mínimo será discutido ano após ano, pois acredita que a decisão que fixava uma regra que estipulava o reajuste para vários anos não teria sido eficiente para economia do país.
Como justificativa, o ministro alegou que um aumento maior que o proposto poderia ter consequências negativas, se tratando do mercado de trabalho. Já que, segundo Guedes, a decisão poderia alimentar o desemprego, levando em consideração que o aumento dos salários também significa o aumento dos encargos para o empregador. "Temos receio de alimentar a máquina de desemprego se a gente fizer qualquer coisa que dificulte a geração de emprego", disse Paulo Guedes.
Brasil tem os encargos trabalhistas mais altos
Segundo informações da revista Época, o Brasil é o país com os encargos trabalhistas mais elevados em um grupo de 25 nações analisadas pela rede mundial de auditoria e contabilidade UHY. A média global do valor bruto pago em tributos é de 22,5%, e o país desponta como líder ao pagar 57,56%, mais que o dobro da média mundial.
"Isso demonstra que o Brasil tem um grande problema, já que esse volume de contribuições acaba influenciando o aparecimento de trabalhadores informais e barra o empreendedorismo, porque onera muito o empreendedor", afirmou o diretor de outsourcing e consultoria da UHY Moreira-Auditores, Erick Waidergorn.
Reajuste está longe de ser o ideal
Lembrando que a regra que estipulava o salário mínimo, com aumentos reais acima da inflação, estava sendo implementada até então. A proposta foi apresentada pela então presidente Dilma Rousseff e havia sido aprovada pelo Congresso.
Vale citar que o valor ainda esta longe de ser ideal para atender as necessidades básicas do trabalhador, segundo alguns economistas, considerando despesas como alimentação, moradia, transporte, lazer, educação, saúde e higiene.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), atualmente 49 milhões de pessoas no Brasil tem rendimento com base no salário mínimo nacional.