Os brasileiros foram pegos de surpresa com a subida repentina do preço do arroz. Segundo informações do portal UOL, o valor do pacote de 5 kg de arroz, que os brasileiros estavam acostumados a pagar entre R$ 10 e R$ 15, passou a custar até R$ 40.
O aumento repentino nos preços, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), é culpa da própria população.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Ronaldo dos Santos, presidente da Apas, disse que houve aumento no consumo de arroz e este é um dos motivos para subida do preço. Ronaldo ainda disse que se o consumo não diminuir, o varejo terá de acessar novos estoques e, com isso, o valor do produto aumentará ainda mais e será repassado aos consumidores.
Controle do preço do arroz
O representante dos supermercadistas participou na última quinta-feira (9) de uma reunião com membros da Secretária de Agricultura de São Paulo, da cadeia produtiva de alimentos e do Procon, que fiscalizará aumentos abusivos nos preços dos produtos da cesta básica brasileira.
Ronaldo dos Santos diz que todos os supermercadistas têm a mesma opinião de que não deve ocorrer nenhum tabelamento de preço e indicou que pode haver desabastecimento nos supermercados se forem criadas o que ele chama de "regras artificiais".
Ministra da Agricultura diz que não ocorrerá desabastecimento
Na última quarta, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse em entrevista à CNN Brasil que não irá faltar arroz no supermercado.
Ela afirmou que os produtores receberam nos últimos anos valores muitos baixos pelo arroz, que não compensavam os custos de produção.
A ministra também ressaltou o aumento do consumo do produto devido ao isolamento causado pela pandemia d Covid-19, porém disse que o governo não fará nenhuma intervenção nos preços do arroz, feijão, leite e óleo de soja –itens indispensáveis para o consumo dos brasileiros e que aumentaram de preço nas últimas semanas.
Tempestade perfeita
Este foi o nome dado pelos agricultores de arroz ao aumento repentino no preço do produto. Os produtores atribuem o ocorrido a mudanças no mercado de importação e exportação, o preço baixo do produto nos últimos anos e as famílias brasileiras consumirem mais o alimento desde o início da pandemia.
Segundo matéria do portal NSC Total, os dados surgiram de uma avaliação realizada por produtores do Rio Grande do Sul, estado que detém a maior produção do Brasil.
O agricultor Davenir Santos diz que os produtores estavam sofrendo há anos porque o arroz não lhes dá mais lucros, somente prejuízos, que o preço está bom agora, porém houve um aumento grande do custo para se produzir uma saca do alimento.
O presidente dos sindicatos rurais de Itaqui e Maçambará, Raul Borges, disse que o governo tirou a TEC (Tarifa Externa Comum), porém a tarifa ainda está presente em muitos produtos que não podem ser importados.
A TEC foi isenta pelo Ministério da Agricultura com o intuito de impedir a alta dos preços, com a limitação da isenção de taxas de importação para até 400 mil toneladas de arroz.
A isenção tarifária será valida até 31 de dezembro de 2020.