Andar de balão é para poucos e praticá-lo como esporte torna-se privilégio de alguns. Mas não importa, a junção do colorido desses equipamentos voadores – precursores do moderno avião – com o turismo e o maravilhamento dos frequentadores são motivos suficientes para que a pequena cidade de Torres, no litoral gaúcho, atraia as atenções de curiosos e aficionados.

Já que o coronavírus deu uma trégua nas aglomerações e encontros entre as pessoas, realizou-se entre o final de abril e o começo de maio, o 33º Festival Internacional de Balonismo.

Esse evento é uma competição que só cresce a cada ano.

Na edição de 2023, cerca de 70 balonistas do Brasil e de países da América do Sul vêm competir nos céus de Torres. São várias provas executadas onde se acumulam pontos. Aquele que obtiver a maior pontuação, fatura o torneio.

Dessa vez, não houve surpresa: o goiano Filipe Tostes foi bicampeão. Porém, vale ressaltar: os dez primeiros colocados recebem prêmios em dinheiro.

Soltando o ar

O Festival deixou de ser realizado nos anos de 2020 e 2021, apogeu da pandemia sanitária. No ano passado retornou, mas não houve tanto destaque no noticiário.

Uma coisa é comum em todos os festivais: é preciso levantar bem cedo ou aguardar o fim da tarde para se deliciar com a invasão de cores no céu. Geralmente, os melhores horários para acompanhar e apreciar os balões são 7 horas da manhã ou 4 horas da tarde.

Ah! Não pode haver muita força nos ventos. Nesse caso, o balão nem decola.

Enquanto isso, o público pode se distrair com espetáculos da Esquadrilha da Fumaça. Não é apenas no ar que a festa se concentra.

Para quem estiver interessado a frequentar as próximas edições, pode aproveitar shows de música, espaço para praticar esporte, tendas e barracas de alimentos e o conhecido Night Glow.

O Night Glow é um momento celebrado e esperado porque os balões saem à noite e quando estão voando no céu, as chamas dos maçaricos de cada um deles ganham a atenção dos presentes e ilumina o firmamento.

Justamente por ser um festival tradicional e bem conhecido nas bandas do Rio Grande do Sul, o recomendável é efetuar a reserva no hotel com antecipação.

Reunião

Em sessão feita logo após o encerramento do festival, a Câmara Municipal de Torres permitiu que seus vereadores fizessem suas observações e comentários sobre a viabilidade do festival.

A maioria concordou com a relevância e o sucesso alcançados nessa edição de número 33. Destacaram a mobilização das várias secretarias municipais e aumento no espaço de circulação das pessoas.

Outros sugeriram estacionamento para bicicletas, uma vez que o trânsito na cidade de Torres fica infernal quando se realiza o festival de Balonismo.

Evento que ocorreu paralelamente aos balões, as provas de motocross também agradaram ao público. Com essa constatação, a Câmara Municipal de Torres pensa em incorporar essa atividade esportiva dentro do calendário do festival.

Na reunião, foram levantados pontos de melhoria como a instalação de um fraldário, acesso para pessoas cadeirantes e idosos e, finalmente, a cobrança de um valor para participar do evento. É que até um certo horário, o ingresso é gratuito. Depois, cobra-se uma quantia daqueles que são, digamos, mais “atrasadinhos”.

Apesar desses pontos, os vereadores contrariaram a máxima do dramaturgo carioca Nélson Rodrigues: a de que a unanimidade é burra. E serão vislumbrados mais balões no ano que vem.