Estamos perto do fim do inverno e pouco antes da mudança de estação, há uma festa que brinda e chama a atenção para a beleza colorida das flores e arranjos florais.

Não é antecipação; é a tradição da cidade de Holambra se enfeitar e anunciar praticamente um mês antes da chegada da primavera a Expoflora.

Uma festa, um colírio para os olhos que começa na última semana de agosto e vai até setembro, coincidindo com a entrada da primavera.

Já se vão quarenta edições da Expoflora e, de acordo com seus organizadores, a expectativa é receber 400 mil visitantes e turistas nesse ano de 2023.

Se isto for concretizado, será um aumento de 23% na frequência em relação à festa de 2019, último ano antes da ocorrência da pandemia de coronavírus.

A cidade espera arrecadar R$ 24 milhões até o dia 24 de setembro, data do encerramento da exposição.

Tem mais

A cidade fundada por imigrantes holandeses que saíram de sua terra natal para buscar melhores condições de vida e tem cerca de 15 mil habitantes.

Quando de sua fundação na década de 1940, a Europa estava arrasada pela Segunda Guerra Mundial e famílias holandesas optaram por buscar reconstruir suas vidas no Brasil.

Foram esses colonos que fundaram a cidade de Holambra, trazendo além de suas bagagens, seus hábitos peculiares e cultura própria.

Holambra está a 134 quilômetros da capital paulista e vem se convertendo numa opção turística, já que vem investindo em outras atrações para o público.

Em relação à Expoflora, os números impressionam: são ofertadas 300 espécies de plantas e flores criadas e desenvolvidas por 450 produtores. As novidades deste ano estão na suculenta de cor dourada, numa espécie diferente de árvore de dinheiro e no desenvolvimento da rosa pistache, cuja coloração foi obtida em laboratório.

O começo de tudo

A primeira Expoflora aconteceu em 1981 e a intenção primordial era tornar conhecida a produção de flores na região. Esse passo foi dado por cerca de 3 ou 4 produtores locais que teriam vindo numa segunda onda de imigração de holandeses, ocorrida na década de 1970.

Os jovens dominavam técnicas mais modernas, o que colaborou para o impulso do cultivo de plantas; outro fator fundamental para o sucesso foi o clima do Brasil, menos exigente do que em certas épocas na Holanda.

O palco da festa foi um clube da cidade e a duração prevista era de apenas três dias. O público que compareceu foi maior do que os expositores esperavam: 7 mil pessoas.

Detectando que o evento teria um futuro promissor, os produtores da região foram se aperfeiçoando e oferecendo mais variedade, como flores tropicais e similares encontrados no Brasil. Daí em diante, tudo adquiriu uma proporção de aumento e de expansão desse lindo evento.

Dança

Quem vai à Expoflora tem a oportunidade de apreciar as danças típicas da Holanda. Esse lado folclórico começou com um agricultor chamado Piet Schoenmaker. Quando era jovem, ele praticava dança de salão e não demorou muito para fundar o primeiro grupo de dança holandesa.

Daí para apresentações em outras festas foi uma consequência natural até ser considerado um símbolo vivo da Expoflora e da cultura do país europeu.

Filha de Piet, Lize Schoenmaker afirma que “ele tinha uma missão de vida de trabalhar com a dança (...) hoje são nove grupos dançantes, mais de 250 alunos, entre crianças e adultos, que se apresentam aqui na Expoflora.”

A Expoflora é considerada a maior festa e exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina.