A China apresentou uma taxa de 0,4 no seu Índice de Gini em 2017, segundo um relatório sobre a desigualdade econômica no país apresentado em janeiro pelo chefe do Gabinete Nacional de Estatísticas, Ning Jizhe. A desigualdade de renda permaneceu “relativamente séria” em 2017, disse Ning, citado nesta terça-feira (6) pelo site do jornal chinês Diário do Povo. Segundo o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, esse nível já é considerado na “linha de alerta internacional”, informa o jornal chinês.

Porém, esse índice vem caindo nos últimos anos no país asiático.

O Coeficiente de Gini calcula o índice de concentração de renda e estipula um mínimo de 0 e um máximo de 1. Quanto mais próximo de 0, mais igualitária é a distribuição de renda e quanto mais próximo de 1, menos igualitária ela é.

Avanços

De acordo com as estatísticas do órgão governamental chinês, na última década o Índice de Gini esteve sempre acima de 0,4. Em 2008, ele atingiu um pico de 0,491, mas desde então foi caindo, graças às políticas sociais implementadas pelo governo da China.

Entre 1978 e 2016, a economia da China cresceu a uma média anual de 9,6% e o aumento anual do PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi em média de 8,5%. O alto nível de educação e outros serviços sociais também ajudaram a elevar a expectativa de vida no país para 76 anos, segundo o Banco Mundial.

“Os avanços sociais da China são ainda maiores do que os econômicos”, ressalta John Ross, do Instituto Chongyang para Estudos Financeiros da Universidade de Renmin. Ele destaca em um artigo publicado ano passado em seu blog, Learning From China, que, desde 1981, o país retirou 853 milhões de pessoas da Pobreza.

Isso representa 78% de toda a redução experimentada no Mundo neste período.

Desde 2013, quando se iniciou o primeiro mandato do atual presidente, Xi Jinping, a China diminuiu em 55 milhões o número de pobres.

Desafios

Apesar disso, a poluição e a deficiência no avanço de tecnologias para os serviços públicos são fatores negativos que devem ser solucionados para atender às necessidades da população, segundo Ning Jizhe.

“Para manter a alta qualidade no desenvolvimento da economia nacional, devemos tratar de questões sociais que afetam os nossos cidadãos, incluindo educação, moradia, cuidados médicos e diminuição da pobreza”, afirmou.

Essas metas foram estipuladas e reforçadas oficialmente pelo 19º Congresso do Partido Comunista da China, realizado em outubro do ano passado. O governo pretende que o país se torne um país “moderadamente próspero” até 2035 e, entre os objetivos, está a erradicação da pobreza, chaga que ainda faz parte da vida de 40 milhões de chineses.

As diferenças entre o campo e a cidade são outro obstáculo que o governo chinês pretende superar, uma vez que esta é talvez a principal desigualdade que afeta o país nas últimas décadas.

A maioria das pessoas de baixa renda e que estão em situação de pobreza vive nas zonas rurais. “O governo chinês busca em 2020 eliminar a pobreza remanescente no país, ainda que essa missão permaneça difícil”, assinalou o líder do Gabinete Nacional de Estatísticas da China.