Com a escalada da crise venezuelana, inclusive com a possibilidade de que o presidente interino e líder oposicionista Juan Guaidó seja preso ao entrar no país, o Governo de Nicolás Maduro propôs nesta quarta-feira (27) uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O apelo foi realizado pelo ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, durante discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), em Genebra, na Suíça.

Protesto

Enquanto Arreaza falava, diplomatas de vários países, incluindo o Brasil, abandonaram a reunião.

Representantes de países europeus, membros do Grupo de Lima, norte-americanos, israelenses e australianos saíram da sala de reunião no exato momento em que o chanceler de Nicolás Maduro estava com a palavra.

O ato é considerado "raro" na diplomacia internacional e tenta demonstrar o isolamento em que se encontra o regime do venezuelano. O chanceler da Venezuela implorava por uma solução, em relação à situação de seu país. Ao discursar, Arreaza disse que seu governo estaria sendo ameaçado por forças militares dos Estados Unidos. Ele concluiu é preciso "parar essa guerra", pois, o mesmo diz que não quer voltar ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para contar o número de soldados norte-americanos e venezuelanos mortos numa suposta guerra travada entre ambos os países.

Vale ressaltar que em meados de setembro de 2018, o governo da Venezuela já havia feito uma sugestão de que se realizasse um encontro de aproximação entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o governo de Nicolás Maduro. Porém, a proposta foi rejeitada pelo governo norte-americano. Além disso, o próprio Grupo de Lima, que reuniu 14 representantes de países das Américas, na Colômbia, já deixou claro que não haveria mais espaço para diálogos com Maduro.

Em uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, o embaixador dos Estados Unidos, Robert Wood, afirmou, de modo veemente, que não haverá encontro entre Trump e Maduro. "O presidente Trump está disposto a se encontrar com o presidente legítimo da Venezuela". Em seguida, Wood concluiu: "que é Juan Guaidó".