A França tem segundo dia de mobilização contra o projeto de reforma da Previdência proposto pelo presidente Emmanuel Macron. A greve geral continua no país e serviços continuam paralisados. O Governo fará uma reunião com sindicatos para tratar das mudanças na aposentadoria.
Pelo segundo dia consecutivo, a França continua em greve geral, com bloqueios no transporte. As viagens de trens de longa distância foram canceladas, algumas linhas do metrô de Paris estão fechadas e voos foram suspensos.
Na próxima segunda-feira (9), a ministra da Solidariedade e Saúde, Agnès Buzyn, receberá os sindicalistas para uma reunião para tratar do caso.
De acordo com jornal Le Monde, os sindicalistas pretendem fazer mais um dia de greves e manifestações na terça-feira (10).
Primeiro dia de greve geral
Esta quinta-feira (5) começou diferente do habitual para os franceses, pois foi organizada uma grande greve, que ocasionou a paralisação de serviços públicos e privados no país. A iniciativa tem o objetivo de fazer com que o governo volte atrás e abandone os planos de adotar ações para a aposentadoria atual.
De acordo com jornais franceses, de 80% a 90% dos transportes públicos foram afetados e estão parados, além de serviços de recolhimento de lixo, escolas e hospitais. A greve recebeu o apoio de diversas categorias, como policiais, garis, advogados, motoristas, artistas e intelectuais.
Foram convocados 245 atos em todo o país. Desde as manifestações dos "coletes amarelos", o governo do presidente Emmanuel Macron enfrenta grandes desafios para tentar aprovar a sua agenda de reformas.
Protestos ocorreram em cerca de 100 cidades francesas e, de acordo com o governo, 800 mil pessoas foram às ruas. Os sindicatos falam em 1,5 milhão de manifestantes que foram protestar nesta quinta-feira contra a reforma da Previdência de Macron.
Reforma da Previdência
Segundo o presidente Emmanuel Macron, a reforma da Previdência vai tornar a economia francesa mais competitiva e simplificar o sistema de aposentadoria da França. Com a nova proposta, o governo pretende eliminar os 42 regimes especiais que existem.
A motivação popular contra a reforma preparada pelo governo se deve ao fato de que, com o novo sistema, a aposentadoria seja adiada --atualmente os franceses se aposentam aos 62 anos-- e que haja uma diminuição no valor dos benefícios.
Os sindicatos propõem que o governo substitua o sistema de 42 regimes de aposentadoria por um método de pontos em que cada euro contribuído confirma direitos iguais a todos.
O projeto de reforma da Previdência foi promessa de campanha de Emmanuel Macron e ele pretende apresentar a proposta para o parlamento francês no início do próximo ano.