Já na reta final do caso do sítio de Atibaia, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, apresentou nesta segunda-feira (7) à juíza Gabriela Hardt suas manifestações finais no processo. Como já é de praxe, os advogados de defesa do petista voltaram ao argumento de que Lula é vítima de perseguição política, em adicional, a defesa também pediu absolvição à Justiça Federal sob a máxima de que há, segundo eles, falta de provas contra seu cliente, além disso os advogados também supõem que abusos de conduta tenham sido cometidos no decorrer do processo no qual o ex-presidente é julgado.

Os advogados do petista entregaram à Justiça Federal um documento com 1.643 páginas e 23 anexos, nele, os mesmos criticam o ex-juiz Moro, agora ministro.

Na época, Sergio Moro era o responsável pela condução da operação Lava Jato no Paraná. A defesa de Lula por sua vez reclamou do "nível" de imparcialidade, impessoalidade e independência do mesmo.

Em suma, os advogados também negaram que Lula seja o dono do sítio de Atibaia.

Na acusação consta que as obras foram obtidas em troca de contratos entre as empreiteiras e a petrolífera Petrobras, o petista é acusado de gozar de benefícios por conta de reformas feitas por empreiteiras no sítio do qual Fernando Bittar é dono. Bittar é amigo da família de Lula.

Advogados de Lula se queixam de Moro e Bolsonaro

Sob o argumento do "sim" de Moro a Bolsonaro para comandar a pasta da Justiça e Segurança Pública, a defesa do petista pôs em dúvida a lisura do processo de seu cliente, afirmando que o mesmo não teve um julgamento justo.

No documento, os advogados relembraram frases ditas por Bolsonaro em momentos mais acalorados, como por exemplo da vez em que ele disse que iria "fuzilar a petralhada", bem como a afirmativa de que Lula deveria "apodrecer na cadeia".

Segundo registros, tais frases foram ditas por Bolsonaro em outubro do ano passado.

Comprovação, segundo a defesa

Ainda na interpretação da defesa, não há ligação entre as reformas e os contratos entre a petrolífera Petrobras e as empreiteiras, a mesma ressalta que o vínculo é apenas comprovado por delações de empresários e condenados.

Sobre Moro, ainda restou a queixa de que o magistrado sempre compareceu a eventos por opositores de Lula, nunca por apoiadores.

Critica a juíza Gabriela Hardt

Substituta de Sergio Moro, a juíza Gabriela Hardt também foi criticada pela defesa de Lula.

Os mesmos questionaram a forma como o interrogatório foi tratado: "opressiva, autoritária e inquisitória", reclamou a defesa, dada a imposição firme da juíza nos encontros.

Preso na sede da Polícia Federal em Curitiba desde abril do ano passado (2018), Lula cumpre pena de 12 anos e 1 mês de prisão.