O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado a 12 anos e 1 mês de cadeia, perdeu dois benefícios diante de uma decisão da juíza Carolina Moura Lebbos, responsável pelo cárcere do petista.

A juíza determinou que o candidato derrotado pelo PT na última eleição presidencial, Fernando Haddad, não poderá mais visitar Lula na hora que quiser. Lula também não poderá receber líderes religiosos toda segunda-feira. A decisão da magistrada foi publicada nesta sexta-feira (25) e foi um tipo de endurecimento à prisão do líder do PT.

Lula cumpre pena após ser condenado por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex de Guarujá.

De acordo com a juíza, "não se vislumbram indicativos da necessidade e utilidade na defesa dos interesses do executado na condição de pré-candidato". Carolina afirmou que Lula teve a sua candidatura impugnada e foi substituído por outro candidato na eleição passada e, como o processo eleitoral terminou, não há razão de receber Haddad como advogado em qualquer dia da semana. Ela reiterou que não existem processos ou medidas impugnativas que necessitem do procurador em questão. Vale ressaltar que o ex-prefeito visitava Lula na qualidade de procurador assegurando direitos referentes a sua condição de pré-candidato à Presidência.

Atendendo o MPF

A decisão da magistrada foi mediante um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Os procuradores pediram a cassação de dois benefícios que o ex-presidente tinha. O primeiro benefício extinto envolve Haddad. Ela cancelou o direito especial para que o ex-prefeito de São Paulo tinha de ser defensor jurídico do petista.

Em relação às visitas que Lula recebia de religiosos toda segunda-feira, a juíza estipulou que as regras seriam iguais para todos os presos. Lula só poderá receber uma visita por mês de líderes religiosos.

Visitas

Fernando Haddad agora terá que seguir o ritmo dos outros membros do PT e só poderá visitar Lula às quintas-feiras.

O líder do PT está numa cela especial, em Curitiba, em prol de ter sido um presidente da República. O local, que era antigo dormitório de policiais, foi improvisado para o petista. Quem fez essa solicitação na época foi o então juiz Sergio Moro.

Em seis meses de prisão, Lula chegou a receber 572 visitas. Dessas visitas, 21 foram de Haddad. Vale relembrar que, ao ir para o segundo turno, Haddad visitou Lula para supostamente pedir um direcionamento para sua campanha contra Jair Bolsonaro.