Uma decisão da juíza Carolina Moura Lebbos acabou deixando a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, revoltada e indignada. A magistrada responsável pelo cárcere do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva endureceu a prisão do petista e reduziu as visitas que ele tinha por mês. Para Gleisi, isso foi algo absurdo e ela se manifestou através das redes sociais.
Pelo seu Twitter, a deputada eleita deixou várias perguntas no ar. Ela demonstrou indignação ao saber sobre a decisão da juíza. Para Gleisi, não existem motivos para que Lula perca benefícios adquiridos.
"Ódio, rancor, medo?", perguntou. A deputada ainda ressaltou que Lula sofre uma perseguição sem precedentes. Ela finalizou o post dizendo que isso seria um atentado à Constituição Federal.
A perseguição a Lula é algo s/ precedentes. Qual é o motivo de impedir advogados e religiosos de estarem c/ ele? Ódio, rancor, medo?! As decisões leoninas p/ Lula contrastam c/ o comportamento gatinho p/ os Bolsonaros. Essa decisão é mais um atentado à CF https://t.co/gDdjnIxVEx
— Gleisi Lula Hoffmann (@gleisi) 26 de janeiro de 2019
A juíza publicou um despacho na sexta-feira (25) e disse que Lula seguirá as regras conforme os outros presos. Ele só receberá visitas de líderes religiosos uma vez por mês e não toda segunda-feira.
O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também está proibido de visitar o petista a hora que quiser. Ele estava atuando na qualidade de procurador de Lula diante da campanha eleitoral. Como o período das eleições já terminou, a juíza determinou que Haddad não teria mais esse direito especial.
Segundo as informações, a juíza tomou essa decisão ao atender um pedido dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF).
Defesa de Lula aciona a ONU
Os advogados do ex-presidente Lula criticaram a decisão da juíza e publicaram uma nota de repúdio. Para a defesa, a decisão de Carolina agrava o estado de exceção imposto a Lula e viola as suas garantias fundamentais. Segundo os advogados, estão impedindo Lula de ter contato com o mundo exterior.
A defesa afirmou que levará essa decisão para conhecimento do Comitê de Direitos Humanos da ONU.
Conforme nota, as medidas tomadas por Carolina agridem as Regras Mínimas para o Tratamento de Presos, conhecida como Regras de Mandela.
Prisão
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi alvo de investigações da Lava Jato conduzidas pelo então magistrado Sergio Moro. Lula cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex de Guarujá.
Lula recebia toda segunda-feira líderes religiosos e passava recados através dele para seus militantes. No entanto, o petista só poderá agora receber uma visita por mês desses líderes.