Uma das funcionárias da empresa contratada ao longo da campanha de Jair Bolsonaro para a divulgação em massa de mensagens de cunho eleitoral via WhatsApp foi noemada para um cargo comissionado na Secretaria-Geral da Presidência da República. A informação foi publicada nesta sexta-feira (18) pelo portal UOL.

Taíse de Almeida Feijó deverá receber um salário de cerca de R$ 10,3 mil para desempenhar a função de assessora do gabinete do secretário-geral da Presidência, que hoje é comandada por Gustavo Bebianno. A confirmação da nomeação pode ser consultada a partir do Diário Oficial da União, publicado na última segunda-feira, dia 14 de janeiro de 2019.

Durante a campanha presidencial, de acordo com os dados obtidos pelo UOL, Taíse era funcionária de uma empresa especializada em agenciamento de comunicação, chamada AM4. Tal agência foi contratada pelo então presidenciável Jair Bolsonaro na intenção de promover assessoria na área para a sua campanha. A mulher, por conseguinte, ficava responsável pela contratação das mensagens a serem disparadas por intermédio do aplicativo WhatsApp.

Denúncia sobre compra de disparos de mensagens em massa

O caso ficou famoso, ainda durante a campanha, por conta de uma reportagem feita pela Folha de S.Paulo. Na época, o jornal conseguiu informações que indicavam a compra, por parte de algumas empresas, desses disparos automáticos de mensagens em massa, no sentido de beneficiar a campanha de Jair Bolsonaro.

A alegação até o momento não foi confirmada e segue sendo apurada em trabalho conjunto envolvendo a Polícia Federal e o Tribunal Superior Eleitoral. Segundo o portal UOL, não apenas o PSL, mas também o Partido dos Trabalhadores, de Fernando Haddad, teriam se aproveitado desta ferramenta, na mesma intenção de divulgação de suas campanhas.

Vale lembrar que tal prática é vedada pela legislação eleitoral e, uma vez identificada, verificar-se-á doação ilegal de campanha por parte das empresas.

Esclarecimentos do governo para a contratação de Taíse

A reportagem do UOL tentou ainda contatar a Secretaria-Geral da Presidência, na intenção de levantar informações sobre a real motivação da nomeação de Taíse para o exercício do cargo, bem como saber o envolvimento dela ao longo da campanha presidencial.

Em nota, o órgão informou que a decisão de nomeação se deu por "critérios técnicos, após avaliação curricular e entrevista".

Além de Taíse, um dos sócios da empresa AM4, Marcos Aurélio Carvalho, também foi nomeado para compor um cargo no Governo. Em novembro do ano passado, passou a participar da equipe de transição. Ele é tido como um dos marqueteiros de Bolsonaro durante a campanha presidencial.