O ministro da Justiça, Sergio Moro, comentou nesta última quinta-feira (24), segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, sobre a possível decisão do Banco Central que atinge parentes de políticos. Em Davos, o ex-juiz declarou que poderia ou não compactuar com a ideia do Banco Central em excluir parentes de políticos das movimentações financeiras. O tema ainda deverá ser discutido.
O ministro disse que soube do acontecimento através da mídia e que ainda não tem uma posição final, pois não checou com proximidade o tema. Moro quer entender o porquê dos reguladores do Banco Central abrirem em discussão esta proposta. Desde que assumiu o Ministério da Justiça, Sergio Moro enfatizou sua luta no combate à corrupção.
Moro disse que acredita que os reguladores não estejam propondo a "coisa certa". No entanto, disse que a "intenção é boa". O ex-juiz ainda cita que os reguladores fazem parte da gestão do Governo anterior.
O Banco Central abriu como discussão pública o tema. Conforme decisão em 2009, pessoas que são próximas a políticos têm suas contas fiscalizadas para evitar crime de lavagem de dinheiro.
Por esse motivo, o tema foi levantado mais uma vez em questão.
Para finalizar a discussão que ocorreu em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, na sessão "No escuro: crimes globalizados", o ministro disse que ainda não tem conclusões sobre a proposta.
Procurador Deltan Dallagnol se manifestou contrário
O procurador da República e coordenador da força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, que ganhou notoriedade durante operação e também por apresentar um Power Point incriminando o ex-presidente Lula, falou sobre a discussão no BC. Para Deltan, segundo informações do site O Antagonista, funcionários e parentes são utilizados frequentemente por políticos para cometerem crimes como o de lavagem de dinheiro.
Em um ponto que o procurador levantou, foi que isso é muito fácil de ocorrer, já que a relação entre pais, filhos e companheiros costuma ser de confiança, colocando então pessoas próximas a políticos em situações desastrosas e ilícitas. As declarações do procurador foram dadas através de publicações na rede social Twitter. Deltan Dallagnol, ainda disse que a influência de parentes é algo tentador devido a grande proximidade.
Dallagnol posicionou-se contrário a questão do Banco Central e ainda chamou de "absurda".