Uma crise parece adentrar o Palácio do Planalto, em Brasília. O atual secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, se manifestou durante entrevista à imprensa em relação ao escândalo das candidaturas "laranjas" nos estados de Minas Gerais e Pernambuco.

Vale ressaltar que a entrevista concedida à revista Crusoé denota que o secretário encontra-se incomodado com o tratamento que lhe é dispensado pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro e também pelo filho, Carlos Bolsonaro. Tanto o presidente, quanto seu filho atacaram publicamente Gustavo Bebianno.

Bebianno não teme as investigações que pesam contra ele

Ao se sentir acuado pelas acusações, o secretário-geral da Presidência da República assegurou que não estaria temeroso em relação às apurações no que tange à construção de candidaturas consideradas "laranjas" e que teriam recebido altas quantias de fundo público partidário, conforme revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

Gustavo Bebianno foi taxativo ao afirmar que não seria um moleque e que o presidente Bolsonaro sabe disso. Em seguida, Bebianno concluiu: "o presidente está com medo de receber algum respingo", conforme relatado pela revista Crusoé. O secretário-geral da Presidência da República chegou a ser "braço-direito" do então candidato ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro, principalmente no período em que foi realizada a campanha eleitoral para o comando do país.

Gustavo Bebianno garantiu, no entanto, que não irá se demitir até que possa falar diretamente com o presidente da República. Ele disse ainda que estaria triste e sem palavras para definir o tamanho de toda a decepção.

Porém, o ministro criticou a declaração dada pelo presidente ao "Jornal da Record". Na ocasião, Bolsonaro admitiu que seria uma possibilidade demitir o secretário Bebianno e "fazê-lo voltar às origens".

O ministro assegurou que havia se comunicado com o presidente da República na última terça-feira (12) várias vezes durante o dia e que teria recebido orientações por parte do mandatário brasileiro, além de conversas relacionadas a assuntos de caráter institucional.

Ao se referir ao filho do presidente, vereador Carlos Bolsonaro, Bebiano disse que Carlos não seria nada no Governo e que ele (Bebianno), tem que respeitar a liturgia de seu cargo, já que ele é um ministro do governo. Bebianno chefia a Secretaria-Geral da Presidência.