O ministro Gustavo Bebianno, que pode ser demitido a qualquer momento pelo presidente Jair Bolsonaro, desabafou com amigos e relatou que está sendo ameaçado. Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, o ministro teve seu número de WhatsApp divulgado nas redes sociais.

As ameaças teriam começado neste domingo (17). Bebianno já pensa em acionar as autoridades para que comecem investigações.

Os problemas referentes às ameaças recebidas teriam começado a eclodir quando Bolsonaro e Bebianno se desentenderam por questões políticas. Segundo informou a revista Veja, Bolsonaro estaria revoltado com Bebianno em razão dele ter marcado uma conversa com Paulo Tonet, diretor da Rede Globo, em Brasília.

De acordo com a reportagem, o presidente estaria desconfiado de que Bebianno passou informações de seu filho, Flávio Bolsonaro, para a emissora carioca.

Outro detalhe colocado em questão é que o suplente do senador Flávio Bolsonaro é Paulo Marinho, indicação de Bebianno. Se Flávio se afastasse do cargo, Marinho entraria no lugar dele.

Um dos interlocutores de Bebianno acredita que as ameaças estão vindo de "bolsominions", os chamados apoiadores mais radicais de Bolsonaro.

No entanto, embora diversos meios de comunicação tivessem ressaltado que o ministro "atacaria" Bolsonaro com informações que poderiam desestabilizá-lo, Bebianno afirmou à coluna de Mônica Bergamo, da Folha, que não pretende fazer isso.

Confirmação do ministro

Gustavo Bebianno foi questionado pelo portal UOL sobre as ameaças e disse que elas estão sim acontecendo. Contudo, ele falou que todos esses ameaçadores serão surpreendidos com uma ação judicial. Bebianno afirmou: "não tenho medo de briga. Não me intimidam".

Uma pessoa ligada a Bolsonaro disse que nesta segunda-feira (18) o presidente irá assinar a demissão do seu ministro.

Entretanto, até o momento, nada foi confirmado por parte do Governo.

Generais

O jornalista Gerson Camarotti, do portal G1, afirmou que há impasses em relação ao general que entraria no lugar de Bebianno. Conforme informações adquiridas de integrantes da ala militar do governo, o general Floriano Peixoto, que seria o sucessor naturar da Secretaria-Geral da Presidência, estaria hierarquicamente acima de outro general, Maynard Santa Rosa, que responde pela Secretaria de Assuntos Estratégicos e ficaria subordinado à pasta de Floriano Peixoto. No entanto, no Exército, Santa Rosa está acima de Peixoto. Isso causaria um problema no governo, segundo informou um integrante da ala militar.