O presidente Jair Messias Bolsonaro está internado no hospital Abert Einstein, em São Paulo, onde realizou a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia que usava desde que sofreu o atentado contra sua vida, no ano passado, durante sua campanha eleitoral na cidade de Juiz de Fora em Minas Gerais.

Tudo parecia correr bem até que nesse último sábado (2) o presidente Jair Bolsonaro apresentou uma evolução clínica em seu estado de Saúde. Ele passou a apresentar náuseas e vômitos, sendo necessária a introdução de uma sonda nasogástrica para drenagem do acúmulo de líquido no estômago.

Paralisação do intestino delgado

A condição clínica na qual o presidente Bolsonaro se encontra é chamada de "íleo paralítico" e acontece quando o intestino delgado para de funcionar e assim acumula líquidos no estômago do paciente. O cirurgião responsável pela cirurgia contou que essa condição é uma resposta do organismo a uma cirurgia complicada e que é preciso muito descanso e repouso, pois os riscos maiores estão entre o período entre o quinto e o sétimo dia.

Nesse período os médicos ficarão sabendo se o procedimento da junção das alças do intestino deu certo ou não, para isso o médico irá fazer uma ausculta dos movimentos peristálticos do intestino do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com alguns especialistas que falaram com exclusividade ao Site Folha, sobre a condição clínica enfrentada pelo presidente, chamada íleo pós-operatório, a condição acontece logo depois da cirurgia e pode durar por até três dias, passados esses três dias a inflamação do organismo começa a diminuir e voltar ao normal, assim o intestino também começa a voltar a se contrair normalmente que é o esperado pelos médicos.

Esses sintomas que o presidente apresentou mostra que ele teve uma piora em seu estado clínico o que não era para acontecer.

Os especialistas afirmaram que devido o tempo que a cirurgia foi realizada, o presidente já deveria estar comendo pela boca e evacuando normalmente. Também há a possibilidade de o intestino ter paralisado por causa de uma abertura de algum ponto cirúrgico, alguma infecção que surgiu depois da cirurgia, possível efeito colateral de medicamentos ou até mesmo, uma dobra no intestino.

Em todas essas hipóteses, a pior delas seria a fístula, a abertura de algum ponto cirúrgico, se isso vier a acontecer, o presidente corre o risco de continuar usando a bolsa de colostomia, mas se fosse esse o caso, o presidente estaria apresentando dores abdominais e febre, mas as informações são de que o quadro dele não apresenta febre.

Um boletim médico que foi divulgado neste sábado (2) informou que o presidente segue internado "sem dor, afebril e exames laboratoriais normais". Portanto a hipótese de que possa ser um ponto cirúrgico que se rompeu está completamente excluída pela ausência de febre. Há informações de que a sonda nasogástrica não ajuda no tratamento da paralisação do intestino de Bolsonaro, mas serve para ajudar a amenizar os sintomas de náusea e vômito.