A Procuradora-Geral da República (PGR), Raquel Dodge, enfrenta levante de procuradores federais. O motivo seria a cobrança de pagamento por gratificação chamado de "acúmulo de funções". Segundo as informações, a partir dessa segunda-feira (11), procuradores alertaram ao abandono do cargo. Raquel Dodge tenta lidar com a situação e decidiu por fazer um "chamamento ao diálogo".
Conforme noticiou o jornal Correio Braziliense, o objetivo dos procuradores é movimentar a Procuradoria Geral da República a resolver questões pendentes. Entre os temas a serem discutidos estão a ampliação e mudança da gratificação, o trabalho regulamentado à distância e também outro tema que não foi bem recebido pelos procuradores: a criação de ofícios polo.
O novo tema em questão foi apresentado por Raquel Dodge e poderá futuramente limitar funcionalmente a liberdade dos procuradores.
Na última sexta-feira (8), a insatisfação ganhou ainda mais força quando, durante o Conselho Superior do Ministério Público Federal, Raquel Dodge decidiu por encerrar a reunião da cúpula antes do término da votação. Contudo, os procuradores prometem nesta semana abandonar grupos de trabalho e ainda mobilizar o Colégio de Procuradores da República.
Pressão por gratificação
Após a decisão de dezembro de 2018 do ministro Luiz Fux, em que foi revogado o pagamento de auxílio moradia para juízes e procuradores, a pressão de procuradores aumentou. Ocorre uma disputa com os juízes, que consequentemente conseguiram o reajuste salarial de 16,38%.
Em troca, o auxílio moradia revogado, atingiu então a categoria dos procuradores. O objetivo é pedir a gratificação para repor o "bolsa-teto".
Em pedido, Raquel Dodge pediu diálogo com a corporação e avaliou que entende o pedido, mesmo discordando. Contudo, Dodge justificou que o país passa por um momento de desemprego, ruína fiscal e episódios de tragédias.
Além do mais, frisou que a entrega de funções por membros do MP pode colocar em evidência uma exposição desnecessária da instituição perante a opinião pública.
Preocupação
Em um dos trechos, a procuradora diz que se preocupa com a credibilidade da instituição e propôs que seus colegas façam uma reflexão sobre esta segunda-feira (11), data marcada para a entrega de funções estabelecidas pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR).
O presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, disse que ainda falta Raquel marcar uma reunião para resolver as pendências. Robalinho é o principal articulador da mobilização.